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Antecipação de medidas está sendo crucial para evitar descontrole do coronavírus, diz infectologista

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As medidas adotadas pela Prefeitura de Teresina e pelo Governo do Estado têm sido fundamentais para evitar o descontrole do novo coronavírus na capital e em todo o Estado. A análise é do infectologista José Noronha Filho, diretor do Hospital de Doenças Tropicais Natan Portela (HDIC), durante participação em live realizada com o prefeito Firmino Filho por meio das redes sociais.

Há cerca de 15 dias, o prefeito Firmino Filho baixou um decreto estabelecendo calamidade pública em saúde na capital por conta da ameaça de contaminação em massa do Covid 19, que já circula em todo o mundo, deixando muitos infectados e muitos mortos também. “Foi a adoção em tempo certo das medidas restritivas do isolamento social que está permitindo que a nossa realidade ainda seja diferente da de outros Estados, como o Ceará, que já registra um número bem significativo dos casos”, pontua o infectologista.

O prefeito reforçou que tem adotado um conjunto de medidas e destacou que, nesta segunda, prorrogou a validade do decreto que estabeleceu as restrições de funcionamento dos estabelecimentos comerciais e de serviços. Ele questionou ainda que medidas seriam necessárias para que o país pudesse enfrentar esse vírus. “É uma crise sanitária que iniciou na China, mas hoje já é de todo o mundo e o Brasil não ficou de fora. Os especialistas reforçam que o isolamento social é a maneira que temos para enfrentar esse vírus, evitando internação em massa, inclusive com óbitos de nossos irmãos teresinenses como, infelizmente, já começamos a registrar. É por isso que prorrogamos o decreto. Sabemos que são medidas duras, mas que são necessárias diante desse cenário. Então, permanece a orientação do Fique em Casa”, frisou o prefeito.

Em Teresina, segundo o último boletim epidemiológico da Fundação Municipal de Saúde, divulgado na noite desta segunda-feira, são 376 casos notificados, sendo 181 suspeitos, 179 descartados, 16 confirmados e dois óbitos.
Em um cenário projetado pelo infectologista durante a live, foi demonstrado que, em 46 dias após a primeira notificação da doença, sem as medidas de isolamento social, teríamos 37 mil internações hospitalares. No caso de 50% de redução da interação social das pessoas, o pico da doença seria de 112 dias, provocando 11 mil internações. Em um isolamento um pouco mais radical, de 75%, seria 656 dias para atingir um número de 460 internações. “Com chances de não termos mais o vírus circulando porque quando o vírus não encontra hospedeiro, ele vai morrer”, contabiliza.

O infectologista explicou que o Covid 19 é uma doença que ainda não há vacina ou tratamento específico. “É um vírus que não ataca apenas a questão respiratória, mas ataca o sistema de saúde, porque provoca uma internação em massa, seja em leitos convencionais ou de Unidade de Terapia Intensiva”, explica.

José Noronha lembrou ainda dos hábitos e cultura que acabam contribuindo para a exposição à doença. “Os japoneses, por exemplo, eles têm uma cultura de adoção de alguns hábitos que limpeza e higiene que são diferentes da nossa. Aqui temos o hábito de abraçar e isso acaba facilitando essa proliferação”, salienta.

Ainda de acordo com o especialista, o novo coronavírus é uma doença que, dois dias antes de apresentar qualquer sintoma, a pessoa já está transmitindo e que, por isso, o isolamento social é importante para evitar o crescimento dos casos. “Muitos especialistas reforçam que é preciso achatar essa curva de infecção. E o que isso quer dizer? É eu aumentar o período de tempo dos doentes aparecerem. Quer dizer que, ao invés de aparecerem 800 pessoas doentes em um mês, eu tenho o mesmo número em cinco meses e, assim, tenho tempo de recebe-las no serviço de saúde. Se não fizermos isso, a doença vem, vai atingir uma quantidade muito grande de pessoas em um curto período de tempo e elas não terão todo o suporte de saúde necessário e terão muitos óbitos”, destaca.

Ainda durante a live, o prefeito questionou sobre perspectivas sobre a doença. O infectologista explicou que os números irão depender das medidas que sejam adotadas para o controle do vírus. “Tivemos uma oportunidade preciosa de receber isso de forma atrasada. Já sabíamos os erros cometidos em outros países e temos a oportunidade de não repeti-los. Estamos tendo a oportunidade de orientar a população. Agora, nossa curva de ascensão vai depender do cumprimento das medidas por parte da população”, alerta

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