Desde que deixou o cargo de senador, Sarney já participou de pelo menos três cerimônias no Palácio do Planalto, todas com a presença da presidente, e acumula cargo na hierarquia do PMDB.
Sarney deixou o Senado em fevereiro deste ano. Na ocasião, disse que iria se dedicar à literatura e que se arrependia de ter voltado à vida política após deixar a Presidência da República em 1990.
Apesar de afirmar em público que tenta se afastar da política, um levantamento feito constatou que Sarney esteve presente em pelo menos três cerimônias oficiais no Planalto desde fevereiro: a sanção do Código de Processo Civil, no dia 16 de março; a posse do ministro da Secretaria da Comunicação em 31 de março; e no lançamento do projeto de lei que cria o Registro Civil Nacional, em 28 de maio.
Questionado sobre quantas vezes Sarney foi convidado a participar de atos oficiais no Palácio do Planalto e por quais motivos, a assessoria de imprensa da Presidência da República e o cerimonial da Presidência não responderam. Por e-mail, a assessoria de imprensa da Presidência disse apenas que “os convites para participação de cerimônias no Palácio do Planalto dependem do tema, da indicação dos ministérios ou do fato de o político ou personalidade ter sido incentivador da matéria objeto do evento”.
Ao falar sobre suas aparições em atos oficiais da Presidência, Sarney disse que só o fez para atender a convites. “Na cerimônia do Código de Processo Civil, seria uma indelicadeza se não me convidassem uma vez que ele feito durante o tempo em que eu fui presidente (da República) e lutei por aquilo. Fui o impulsionador da reforma dos códigos”, disse.
Sobre a participação na posse de Edinho Silva, Sarney alegou que foi convidado pelo ministro. “Ele me telefonou e eu achei que deveria ir. Não tenho participado e nem desejo voltar a ter vida partidária”, afirmou. Sarney não comentou sua ida à cerimônia de lançamento do projeto de lei do Registro Civil, a mais recente.
Por telefone, o ex-presidente disse que tenta se distanciou da articulação política. “Estou me afastando. Agora, estou sendo apenas um leitor”, disse o ex-presidente, que também é escritor e membro da ABL (Academia Brasileira de Letras).
Apesar das declarações, Sarney continua morando em Brasília, onde mantém escritório. Ele também acumula cargos importantes na estrutura do PMDB. Ele é membro da Executiva Nacional (órgão máximo da sigla) e é delegado do diretório estadual do PMDB no Amapá.
Edição: Veja Timon
Via: UOL