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Automedicação: é comum, mas pode ser perigoso

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Tomar remédios por conta própria causa 20 mil mortes por ano; mesmo assim, 9 entre 10 brasileiros recorrem à prática

Reportagem/Juliana Castelo
Sabe aquela dorzinha chata que aparece de repente, ou aquela indisposição que insiste em não ir embora? A tentação de tomar aquele que já temos em casa ou que um amigo indicou, é grande, não é mesmo? Mas, antes de sair se medicando por conta própria, vale a pena pensar: será que essa prática, tão comum no dia a dia, não esconde alguns perigos? Afinal, o que parece uma solução rápida pode acabar trazendo mais dor de cabeça (às vezes, literalmente) do que alívio.
Não há dúvida de que a automedicação é comum entre os brasileiros. Segundo dados do Conselho Federal de Farmácia, 9 entre 10 brasileiros recorrem a essa prática de forma corriqueira. As estatísticas afirmam ainda que a automedicação é mais comum em casos de dores de cabeça, gripes, resfriados, febre ou dores musculares. O acesso a informações via internet também influencia: a maior parte dos entrevistados no estudo admite que procura online orientações sobre medicamentos.
Ir à farmácia e ter o acesso livre a alguns tipos de medicamentos populares não é proibido, desde que haja muita atenção e orientação. “Mas é importante saber se aquele remédio é o adequado ao paciente para que ele possa tomar no horário certo, na dose certa e também na duração correta”, alerta a professora do curso de Farmácia do Centro Universitário Estácio São Luís, Elizângela Mota.
A principal dica, segundo a professora, é que o profissional farmacêutico disponível seja procurado para orientar. “O indivíduo pode e deve perguntar quais são os riscos daquele medicamento e se existe a possibilidade de levar a um processo de alergia ou outros problemas, por exemplo. Não podemos esquecer que um remédio, sem a orientação correta, pode agir resolvendo um problema mas infelizmente ocasionando outro”, explica Elizângela.
RISCOS
E os problemas de tomar um remédio sem prescrição médica podem ir muito além de efeitos colaterais simples. Segundo pesquisa da Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (Abifarma), o Brasil registra cerca de 20 mil mortes por ano devido à automedicação. A questão já é considerada um problema de saúde pública pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que também reforça o alerta sobre a importância de contar com a orientação do farmacêutico.
Náuseas, vômitos, diarréias, dores no estômago, queda da pressão ou aumento do nível de açúcar no sangue são alguns riscos de se tomar remédios sem prescrição. A medicação por conta própria, sem orientação, também pode causar danos aos órgãos ou até mesmo gerar dependência e tolerância aos medicamentos, conforme explica Elizângela.
“Quando a gente recorre à automedicação, quer resolver o problema de maneira imediata, mas pode ser que aquele sintoma precise de um cuidado maior e de um atendimento médico que determine as suas causas. É preciso lembrar também que, se você toma um remédio por conta própria, não tem como saber se ele é realmente o mais adequado para aquela situação”, orienta.
Por isso, entender se o incômodo que você está sentindo é apenas momentâneo ou se precisa de um tratamento mais prolongado é essencial para não terminar piorando o problema em vez de resolver. “O profissional farmacêutico pode investigar isso com você e te orientar a buscar uma consulta médica, principalmente se não se sabe qual a origem daquele problema de saúde”, finaliza a professora.
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