Representantes da sucursal suíça do banco britânico HSBC deslocaram-se a pelo menos 25 países, em quatro continentes, para se encontrar de forma discreta, e muitas vezes ilegal, com clientes envolvidos em esquema de fuga ao Fisco. A revelação da operação SwissLeaks foi divulgada hoje (10) pela imprensa suíça.
Documentos fornecidos pelo técnico de informática e ex-funcionário do HSBC Hervé Falciani, que esteve na origem das revelações de um vasto escândalo de evasão fiscal organizada na filial suíça do HSBC, mostram que entre 2004 e 2005 ocorreram pelo menos 1.645 reuniões no estrangeiro, em 25 países, com clientes da instituição bancária, noticiaram os jornais Tages Anzeiger e Le Temps.
As reuniões ocorreram principalmente em hotéis de luxo ou em restaurantes sofisticados. Os representantes do banco inglês eram chamados gerentes de relacionamento. Quando se tratava de visitas de simples cortesia, as visitas eram legais. Mas, quando o representante da instituição bancária aproveitava a oportunidade para fazer operações financeiras, como a recuperação de novos fundos e ajuda para fugir dos impostos, os deslocamentos eram considerados ilegais.
Segundo informações da investigação, um aposentado, natural da Turquia, encontrou-se em Paris, em janeiro de 2005, com um dos gerentes de relacionamento da sucursal suíça do HSBC. Os apontamentos dele indicavam que o cliente desejava falar sobre o encerramento de contas que tinha em outros dois bancos e discutir a transferência para a filial suíça do HSBC.
No domingo passado, o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação revelou esse novo escândalo envolvendo o segredo bancário suíço. As informações divulgadas dizem respeito a contas no valor de mais de US$ 100 bilhões, englobando 106 mil clientes de 203 países.
Edição: Veja Timon
Via: Agência Brasil