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Muito além de uma conexão para os Lençóis: SLZ respira arte e cultura

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Com o crescimento da cena artística e a valorização de seu patrimônio, a capital maranhense ganha destaque e promete virada como destino turístico
Exposição Cosmogonia Colérica
Créditos: EstúdioemObra
Por um momento, esqueça os lençóis maranhenses. O Parque Nacional que foi eleito Patrimônio Natural mundial pela UNESCO vale a visita, mas não deveria ser o único motivo pelo qual tanta gente – do Brasil e do mundo – desembarca em São Luís do Maranhão, ou SLZ para os mais íntimos. Com ajuda de alguns maranhenses apaixonados pela história e pela cultura local, selecionamos algumas dicas de porquê esse destino merece ser explorado.
Para o guia turístico Renan Caldas, 21 anos, nascido no bairro de Vila Cascavel, o Centro Histórico é um tesouro. Há diversos museus, que contam histórias das mais diversas, desde o Museu da Gastronomia Maranhense, passando pelo Museu do Reggae até a Casa do Tambor de Crioula. “São Luís é uma cidade repleta de cultura, culinária, lendas e história. Uma verdadeira ilha de encantos que conquista a todos que a visitam. Além de suas belezas arquitetônicas e da magia que envolve suas tradições, a cidade oferece a oportunidade de conhecer incríveis museus, todos gratuitos, que guardam parte essencial da nossa memória e identidade. Todos têm que visitar e se encantar com a Ilha do Amor e descobrir tudo o que São Luís tem a oferecer”, confirma Renan.
SLZ – lado B: quem são os artistas e os espaços que valem a pena conhecer
São Luís é um polo de artistas como Thiago Martins de Melo, Gê Viana e Marlene Barros. Thiago acaba de estrear em sua cidade natal, com a Exposição Cosmogonia Colérica. Sua primeira individual em SLZ. traz uma reflexão profunda sobre a história do Brasil, abordando a gênese de pensamentos e conflitos sociais, mas quem vê as obras reconhece em muitas delas os elementos unicamente maranhenses, em especial a luz da cidade.
A mostra, que conta com o patrocínio do will bank, pode ser visitada até 10 de outubro de 2025 e, tem um ponto a mais de interessância: está dividida em dois lugares que valem muito a pena visitar: o Convento das Mercês, prédio histórico de grande importância local, e o Chão SLZ, Um espaço cultural super cool que mistura residência artística com eventos e exposições. A caminhada entre eles é de menos de 10 minutos e presenteia com um passeio pelas ruas de pedra do Centro Histórico, fazendo com que o visitante tenha uma verdadeira imersão na cultura e nas possibilidades que o bairro oferece.
Também no Centro Histórico ficam os ateliês de Gê Viana e Marlene Barros. Gê vai estar na 36ª Bienal de São Paulo, que começa em 6 de setembro e é a primeira mulher do Maranhão a integrar a mostra que reúne artistas de diversos países. Já a arte de Marlene pode ser vista em diversas partes do Centro Histórico, incluindo as proximidades do Chão SLZ, com seus bordados que tornam o lugar ainda mais aconchegante.
Ainda próximo ao Convento das Mercês, na Praça das Mercês, vale prestar atenção no Monumento da Diáspora Africana, formado por oito painéis criados por artistas negros maranhenses como Gê Viana, Eduardo Inke, Dinho Araújo, Telma Lopes, Origes, Marcos Ferreira e Jesus Santos A ideia ali é resgatar o legado deixado na cultura como na culinária, na fé, na dança, além dar visibilidade a contribuição do povo negro para a identidade do Maranhão, que hoje tem sua população formada por 79% de negros, segundo dados do Boletim Social sobre o perfil da população negra, do Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (Imesc) deste ano.
E, jamais embarcar de volta pra casa sem mergulhar na cultura do Bumba meu Boi. A recomendação é visitar o Boi da Floresta, uma casa hoje comandada por Nadir Cruz, que mostra a importância das mulheres na valorização deste movimento cultural, que pode ser visto principalmente no período junino, mas que está aberto para visitação, com agendamento, no bairro da Liberdade, conhecido como Quilombo Urbano da Liberdade.
Um olhar para o futuro: espaços únicos estão sendo preparados na capital maranhense
A historiadora Kátia Bogéa, ex-presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e atual Presidente da Fundação Municipal de Patrimônio Histórico (FUMPH), é quem nos convida a olhar uma SLZ do futuro. É agora em setembro, em comemoração ao aniversário da cidade, que vai inaugurar o Complexo Trapiche Santo Ângelo, um espaço também no Centro Histórico de São Luís, com mais de 20.000 m² que abarcam mais de cinco galpões, onde funcionará inclusive um Restaurante-escola do Senac, além de duas chaminés que remetem ao passado fabril da cidade, além de áreas livres para show e eventos.
Kátia também está à frente do projeto que quer dar status de nacional ao Museu do Azulejo, um prédio que está em reforma e que deve abrir ao público em 2026, e além de contar a importância da feitura do azulejo para a cidade, vai contar com mais de 3 mil obras em um acervo expositivo que pretende catalogar, inclusive, o que está fora de suas paredes, espalhado pelas ruas de São Luís, o que, segundo ela, vai ajudar a conscientizar também os moradores sobre a importância da preservação deste patrimônio. O Museu deve ainda ter obras de Cândido Portinari, Athos Bulcão, Adriana Varejão, Thiago Martins de Melo e Silvana Mendes.
SERVIÇO:É importante verificar as informações, pois podem sofrer alterações.Museu da Gastronomia Maranhense
● Funcionamento: De segunda a sexta, das 8h às 19h, e aos sábados, das 8h às 12h.
● Valor: Entrada gratuita.
● Endereço: Rua da Estrela, 82, Centro, São Luís.
Museu do Reggae Maranhão
● Funcionamento: De terça a sábado, das 9h às 18h, e aos domingos, das 9h às 13h.
● Valor: Entrada gratuita.
● Endereço: Rua da Estrela, 219, Centro, São Luís.
Museu Casa do Tambor de Crioula
● Funcionamento: De terça a sábado, das 9h às 18h, e aos domingos, das 9h às 13h.
● Valor: Entrada gratuita.
● Endereço: Rua da Estrela, 309, Praia Grande, São Luís
Exposição Cosmogonia Colérica
● Convento das Mercês: Prédio histórico de grande importância.
● Chão SLZ: Um espaço cultural que hospeda eventos e exposições.
● Endereço: Rua do Giz, 167 – Centro, São Luís.
Monumento da Diáspora Africana
● Funcionamento: Praça pública, aberta 24h.
● Valor: Entrada gratuita.
● Endereço: Praça das Mercês, Centro, São Luís.
Complexo Trapiche Santo Ângelo
● História: Originalmente um complexo portuário, hoje está em processo de requalificação para se tornar um polo cultural e turístico. O local é um ponto de encontro de pescadores e moradores, onde a vida local acontece à beira do rio Anil.
● Funcionamento e Valor: Por estar em requalificação, as informações de funcionamento devem ser verificadas em canais oficiais da Prefeitura de São Luís.
● Endereço: Praça do Trapiche, s/n, Centro, São Luís.
Boi da Floresta
● Onde ver: Fora do período junino, o grupo se apresenta em eventos especiais e ensaios abertos. Para saber a programação, o ideal é acompanhar as redes sociais do grupo.
● Endereço: O grupo tem sua sede no bairro da Liberdade, conhecido como Quilombo Urbano da Liberdade.
Monumento da Diáspora Africana
Créditos: will bank
Boi da Floresta
Créditos: Márcio Vasconcelos
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