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Socorro, meu filho está com nota baixa: como agir

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Punições severas não são a saída diante de queda no desempenho escolar.
Reportagem/Jherry Dell’Marh
“Quando vi as notas dele caindo e soube que estava de recuperação, fiquei sem chão. Ele está tão ansioso que eu realmente não sei por onde começar.” O desabafo é de Gabriela Lisboa, 31 anos, mãe de um menino de 9 anos. Como acontece em muitas famílias, ela lidou com a queda no desempenho escolar do filho ao longo de todo o ano letivo e, agora, recebeu a notícia de que a criança ficou de recuperação. “Ele tem andado muito agitado e ansioso, até mais do que eu. Busco muito entender como posso ajudá-lo”, conta.
O que fazer quando o boletim chega e as notas não são aquelas que você esperava para o seu filho? Segundo a coordenadora dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental da Maple Bear São Luís, Fernanda Calado, situações como essa precisam ser vistas além da nota. Ela explica que o boletim é apenas um capítulo de uma história escrita ao longo de todo o ano e que envolve atenção, rotina, emoções, ambiente familiar e acompanhamento escolar. “A aprendizagem é o centro de tudo. A nota só mostra o resultado de um processo que precisa ser entendido”, afirma.
Fernanda reforça que, diante do desempenho abaixo do esperado, a primeira atitude não deve ser castigar, gritar ou retirar privilégios da criança. Punições severas não são a melhor resposta, pois podem fazer com que o estudante associe o estudo ao sofrimento, criando ainda mais resistência e medo. “Antes de qualquer punição, é preciso investigar o que aconteceu. Só assim é possível ajudar de forma verdadeira”, explica.
Ela lembra que esse trabalho envolve a escola e a família em conjunto: professores e equipe pedagógica analisam o que está acontecendo com a criança no ambiente escolar e por que ela não atingiu o desempenho. Enquanto isso, a família deve observar o comportamento em casa. Entre os fatores que podem influenciar estão: realização das atividades, atenção em sala, foco, concentração, rotina de tarefas e até o estado emocional do estudante. “A ação que deve ser tomada no final do ano é a mesma que deve ser tomada o ano inteiro: acompanhamento contínuo e compreensão do que está gerando o baixo desempenho”, reforça.
Mas e quando a criança entra em frustração? “Meu filho chora, diz que não consegue e tem medo de decepcionar”, argumenta Gabriela. Fernanda explica que essa pode ser uma oportunidade para mostrar que a frustração faz parte da vida e do processo de aprender. Isso não significa deixar a criança sozinha com o problema, mas ensiná-la a transformar o desafio em motivação. Frases como “vamos tentar de novo?”, “você é capaz” e “olha o quanto já avançou” ajudam a construir autoconfiança. “O objetivo é fazer com que a criança compreenda o caminho percorrido, e não apenas o resultado final”, orienta.
Para evitar que dificuldades se acumulem até o fim do ano, Fernanda destaca a importância do acompanhamento contínuo, tanto em casa quanto na escola. Perguntar diariamente o que foi aprendido, observar tarefas, manter diálogo com professores e incentivar curiosidades são atitudes simples, mas fundamentais. Essa parceria permite intervenções rápidas e evita que o desempenho caia sem que ninguém perceba.
No caso de Gabriela, esse acompanhamento mais próximo será essencial daqui para frente. Fernanda explica que, com calma, apoio e rotina, o filho dela tem grandes chances de recuperar a motivação e superar a recuperação final. “Quando família e escola caminham juntas, as notas baixas deixam de ser um problema isolado e se transformam em uma oportunidade de crescimento, tanto acadêmico quanto emocional”, conclui.
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