Por Juliana Castelo
Quem sentiu aquela sensação incômoda de dor na cabeça? Essa condição, embora comum, muitas vezes é subestimada. Cefaleia é o termo médico empregado para descrever a famosa “dor de cabeça”. No entanto, essa sensação pode variar em intensidade, duração e sintomas adicionais, como náuseas, sensibilidade à luz e aos odores, entre outros.
Saulo Teixeira, é neurocirurgião do Instituto de Educação Médica (IDOMED), e esclarece alguns pontos cruciais sobre o assunto:
“A cefaleia pode se manifestar de diversas formas, desde uma enxaqueca simples até dores excruciantes como as causadas pela neuralgia do trigêmeo. É importante compreender que a dor de cabeça pode ser não apenas uma sensação incômoda e passageira, mas em alguns casos, um alerta para outras condições médicas que precisam ser investigadas.”
O especialista destaca que existem mais de uma centena de tipos de cefaleia, cada um com suas características específicas. Entre os mais comuns, estão a cefaleia tensional, a enxaqueca ou migrânea e a cefaleia cervicogênica:
“A cefaleia tensional, por exemplo, é frequentemente desencadeada por estresse ou tensão muscular excessiva, afetando a vida diária do paciente. A enxaqueca é uma dor que ocorre em crises, com intolerância à luz e ao movimento e com componente genético. Por fim, a cefaleia cervicogênica origina-se do pescoço e pode se estender até a parte frontal da cabeça”, esclarece Teixeira.
Quanto ao tratamento, Teixeira ressalta a importância de um diagnóstico preciso e individualizado. “O tratamento da cefaleia varia conforme o tipo e a gravidade dos sintomas. Em alguns casos, medidas simples como mudanças na rotina e analgésicos podem ser suficientes. Por outro lado, em casos mais complexos, intervenções como o bloqueio de nervos podem ser necessárias”, explica.
Hoje existem formas intervencionistas de manejar cefaleias, como os bloqueios occipitais e o uso da toxina botulínica. “Algumas dores na cabeça e na face, como a neuralgia do trigêmeo, podem ser completamente resolvidas com tratamentos cirúrgicos bastante seguros”, acrescenta.
O especialista reforça ainda a importância de buscar a orientação de um especialista para o diagnóstico e tratamento adequados da cefaleia. “Cada paciente é único, e um plano de tratamento personalizado é essencial para melhorar a qualidade de vida e reduzir o impacto dessa condição”, finaliza o neurocirurgião.