Foi grande a movimentação no Hospital de Urgência de Teresina (HUT) durante o carnaval. De acordo com o relatório emitido pelo setor de estatística, o HUT realizou 991 atendimentos e 230 cirurgias. Se comparado ao mesmo período do ano passado, o número representou um aumento de 9% no atendimento geral.
Com relação aos acidentes de trânsito, o hospital registrou uma queda de 3%, com 195 atendimentos e as agressões físicas apresentaram queda de 9%, com 69 atendimentos. De acordo com o Dr. Rodrigo Martins, diretor geral do HUT, a complexidade dos casos chamou atenção.
“Mesmo com a queda no número de atendimento de vítimas de trauma, foi possível observar que a gravidade dos casos está cada vez maior. Só de vítimas de acidentes com motocicleta foram 169 atendimentos, o que corresponde a 87% do total de acidentes de trânsito. Eles podem causar muitas lesões graves, principalmente se o motociclista não estiver fazendo uso correto do Equipamentos de Proteção Individual (EPI´s)”, explicou o diretor.
Outro dado preocupante é que mais de 42% das internações durante o carnaval foram de pessoas do interior do Piauí e outros estados. Alcoolizadas e vítimas, principalmente, de acidentes com moto e sem uso de capacete. Esse é o perfil da maioria das vítimas.
Renê Ribeiro, 25 anos, da cidade de Elesbão Veloso, interior do Piauí, que deu entrada no HUT, na segunda-feira de carnaval, vítima de acidente com moto, após ter consumido bebida alcoólica, é um exemplo do tipo de ocorrência que está contribuindo para esse aumento nas estatísticas.
“Eu tinha bebido um pouco e estava voltando pra casa quando um carro, que vinha na direção contraria, bateu de frente comigo. Como o veículo estava com um farol queimado pensei que era uma moto. Só quando estava me aproximando que percebi que não era uma motocicleta. Minha sorte foi que eu estava de capacete. Fraturei o braço direito e a perna esquerda. Fui transferido direto pro HUT. Na minha cidade não tinha médico para fazer a cirurgia”, comenta Renê.
Dr. Péricles Cerqueira, diretor técnico do hospital, explicou que é muito comum receber pacientes com esse perfil. Casos que poderiam ser resolvidos em suas cidades são transferidos para o HUT superlotando e dificultando o fluxo de toda rede de saúde de Teresina. “Não negamos atendimento a ninguém. Porém, precisamos que a rede funcione para que possamos continuar oferecendo um atendimento de qualidade para nossa população”, comentou o diretor.