Por G1 MA — São Luís, MA
O indiano de 54 anos que foi internado na UTI de um hospital de São Luís com sintomas da variante indiana do coronavírus (chamada de B.1.617) foi intubado após apresentar piora no quadro clínico neste sábado (22). O paciente está internado desde o dia 14 de maio, quando o navio do qual era tripulante, MV Shandong da Zhi, chegou ao litoral maranhense vindo da Malásia. A confirmação da nova cepa foi feita nessa sexta-feira (21).
A piora do quadro clínico do indiano foi confirmada pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) nessa sexta-feira (22). O navio em que estava o indiano navegava com 24 tripulantes no total. Desses, nove testaram negativo para Covid-19, mas os outros 15 apresentaram testes positivo para o vírus. Do total de infectados, seis foram confirmados com a cepa indiana.
A secretaria afirma, ainda, que 100 pessoas tiveram contato com os infectados. Os testes estão sendo feitos pelo hospital particular em São Luís, onde os pacientes foram infectados foram atendidos.
O que se sabe sobre a chegada ao Brasil da cepa indiana da Covid-19
Entretanto, a secretaria não informou quantos testes foram feitos até o momento e quem são essas pessoas. A testagem está sendo sendo monitorada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Além do Maranhão, o Ceará monitora dois casos suspeitos da cepa indiana.
Segundo a SES, as amostras serão analisadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Maranhão e caso algum resultado seja positivo, o material será encaminhado para o Instituto Evandro Chagas, em Belém, para sequenciamento genômico.
Em coletiva nesta sexta-feira (21), o governador Flávio Dino (PCdoB), afirmou que ainda não há sinal de transmissão local da cepa indiana no estado. Na ocasião, Dino disse que os portos maranhenses não serão fechados e reforçou que o navio está proibido de atracar no Porto da Madeira, em São Luís.
Governo do MA monitora quem teve contato com infectados com variante indiana do coronavírus
Cepa indiana no Maranhão
O Maranhão confirmou na quinta-feira (20), os primeiros casos da variante indiana do coronavírus (chamada de B.1.617) no Brasil. Os seis casos da variante no país foram detectados em tripulantes do navio MV Shandong da Zhi, que saiu da Malásia e chegou ao litoral maranhense em 14 de maio.
Um dos infectados foi internado em um hospital particular da capital, São Luís. Os outros estão isolados dentro do navio, em alto mar, a cerca de cerca de 35 quilômetros da costa. Dois deles retornaram à embarcação depois de serem medicados em hospital.
ENTENDA: por que a nova cepa preocupa o Brasil e o mundo
As seis pessoas confirmadas com a nova cepa fazem parte do grupo de 23 tripulantes do navio MV Shandong da Zhi, que conta, no total, com 15 tripulantes que apresentaram testes positivos para a Covid-19. Oito seguem sem sintomas da doença.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) a variante B.1.617 está sendo classificada como um tipo “digno de preocupação global”.
A análise genética revelou que essa variação apresenta mutações importantes nos genes que codificam a espícula, a proteína que fica na superfície do vírus e é responsável por se conectar aos receptores das células humanas e dar início à infecção.
Em linhas gerais, tudo indica que esses “aprimoramentos” genéticos melhoram a capacidade de transmissão do vírus e permitem que ele consiga invadir nosso organismo com mais facilidade.