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MA é o estado do Nordeste que menos vacinou contra sarampo, caxumba e rubéola

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Close-up of a doctor using syringe and preparing medicine for a child during coronavirus pandemic.
Abandono de esquemas vacinais também é alto e acende alerta para retorno de doenças já erradicadas
Reportagem/Juliana Castelo
Sarampo, poliomielite, rubéola: você sabia que, se não ficarmos alertas, essas doenças podem voltar a ser comuns? Apesar de avançar de forma consistente desde 2023, o contexto da vacinação no Brasil em 2025 revela uma realidade que precisa de muita atenção. Enquanto em alguns casos a cobertura vacinal avançou, em outros o país ainda lida com baixos índices de vacinação, que exigem cuidados redobrados para evitar o risco do reaparecimento dessas e outras doenças já controladas.
Estratégias como a vacinação em escolas surtiram efeito positivo nos últimos dois anos, com um aumento da cobertura de 15 das 16 vacinas do calendário infantil, impulsionado pela mobilização do Movimento Nacional pela Vacinação, do Ministério da Saúde. Mas, de acordo com Anuário VacinaBR, produzido pelo Instituto Questão de Ciência (IQC), em parceria com a Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a ameaça continua nos esquemas incompletos e na diferença entre estados e municípios.
De acordo com o relatório, o Maranhão é o estado do Nordeste que menos vacinou contra sarampo, caxumba e rubéola: apenas 81,1% das crianças, muito abaixo da média nacional de 95%. O cenário fica ainda mais dramático quando se observa que, desse total, apenas 33,8% retornaram para tomar a dose de reforço, sem a qual a imunização não fica completa. Já quando o assunto é febre amarela, o estado ocupa a 5ª posição no Nordeste, com 66,5% da população imunizada.
“A diferença regional é marcante: enquanto o Ceará, por exemplo, registra cobertura superior a 59% em determinados esquemas, estados como Acre e Espírito Santo permanecem bem abaixo da meta”, analisa a enfermeira e professora do Idomed São Luís, Mara Izabel Carneiro.
A ausência da população nos postos de saúde, a desinformação que enfraquece a confiança dos brasileiros, além de barreiras para o acesso aos serviços de saúde são alguns dos principais motivos da queda nas taxas de vacinação, de acordo com a especialista. “Além disso, o abandono de esquemas vacinais, principalmente em vacinas com múltiplas doses, agrava o problema, refletindo baixa adesão aos reforços”, afirma a enfermeira.
Por isso, a consequência do não cumprimento das metas é a volta de doenças que já tinham desaparecido. “Casos de sarampo voltaram a ser notificados após 2018, culminando na perda do certificado de eliminação da doença. A poliomielite permanece erradicada, mas o risco de reintrodução é considerado alto pelo Ministério da Saúde, diante da cobertura abaixo de 80% em vários estados”, ressalta Mara. No caso maranhense, por exemplo, a cobertura vacinal para esse imunizante é de 91,6%, mas cai para 55,6% quando se chega à segunda dose de reforço.
A varicela registrou em 2023 o menor índice desde sua introdução, segundo a professora, com apenas 3% da população vivendo em municípios que atingiram a meta. A tríplice viral apresentou taxas de abandono superiores a 50% em alguns estados, enquanto a poliomielite caiu cerca de 20% em uma década, passando de 96% em 2012 para 77% em 2022.
Para reverter esse cenário, o esforço deve focar nas carências que ainda existem. “A vacinação no Brasil avança, contudo, o enfrentamento da hesitação vacinal, a ampliação do acesso em áreas remotas e a retomada da confiança pública são desafios centrais para que o país volte a alcançar as coberturas ideais e garanta proteção coletiva”, finaliza Mara.
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