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Uso de animações no estilo Ghibli geradas por IA reacende debate sobre o futuro da arte

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Especialista da Estácio afirma que IA não deve ser vista como uma ameaça, mas sim uma ferramenta para encurtar processos criativos.
Rerpoirtagem/Juliana Castelo
Nos últimos dias, imagens que lembram o estilo do estúdio Ghibli invadiram as redes sociais, gerando debates sobre os limites entre inspiração e plágio. A polêmica foi impulsionada pela atualização do ChatGPT, que agora integra um gerador de imagens capaz de interpretar estilos visuais e produzir conteúdo com base neles. Essa evolução da Inteligência Artificial levanta questões sobre direitos autorais, ética e a própria definição de criação artística.
A tecnologia permite que qualquer pessoa crie imagens inspiradas em obras famosas, sem a necessidade de habilidades técnicas em ilustração ou design. Enquanto alguns enxergam essa possibilidade como uma democratização da arte, outros apontam que ela desvaloriza o trabalho manual de artistas e pode infringir direitos autorais. No caso do estúdio Ghibli, que tem uma identidade visual artesanal, a discussão se intensifica.
Em 2016, o fundador do Studio Ghibli, Hayao Miyazaki, declarou que estava “totalmente enojado” ao ver um vídeo gerado por inteligência artificial. Na época, afirmou que nunca desejaria incorporar essa tecnologia ao seu trabalho, classificando-a como “um insulto à própria vida”.
Daniel Monteiro, especialista em Inteligência Artificial e cibersegurança e diretor executivo da Digital College, explica que a IA generativa cria conteúdo inédito a partir de inspirações extraídas de dados disponíveis na internet. Segundo ele, “isso não é muito diferente do que nós fazemos enquanto humanos. Artistas se inspiram em obras pré-existentes para criar algo novo”. Monteiro argumenta que, ao transformar qualquer pessoa em um potencial produtor de conteúdo no nível de grandes mestres, a IA pode ampliar a capacidade criativa da humanidade.
No entanto, o impacto dessa tecnologia no mercado de trabalho é inegável. Para André Luiz Abrahão, professor do curso de Design Gráfico da Estácio, a IA não deve ser vista como uma ameaça direta, mas sim como uma ferramenta que pode encurtar processos criativos. “A IA não substitui a capacidade de um designer de entender as necessidades do cliente, as tendências do mercado e criar soluções personalizadas. O que ela faz é oferecer um caminho mais rápido, mas sem substituir o pensamento estratégico e criativo humano”, pontua Abrahão.
A discussão também envolve questões éticas e regulamentação. Monteiro destaca a importância de estabelecer limites para o uso da IA, evitando práticas que possam infringir direitos autorais. “Precisamos de uma ampla discussão social para entender as possibilidades e limitações dessa tecnologia, sem precipitação. Se houver regulamentação excessiva, o Brasil pode perder competitividade frente a outros países”, alerta.
Já Abrahão reforça que a relação entre designers e IA deve ser de adaptação e não de confrontação. “O mesmo medo surgiu com o avanço das ferramentas digitais, como o Photoshop e o Canva, mas a profissão do designer continua essencial. A criatividade humana ainda é insubstituível”, conclui.
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