Pelo segundo semestre consecutivo, o Conselho Nacional da Juventude (Conjuve) realizou a pesquisa ‘Juventudes e a Pandemia’, onde foram divulgados dados a respeito da evasão escolar de adolescentes e jovens que cursam o Ensino Médio. Dentre as causas, psicopedagogos pontuam o desconhecimento das ferramentas do ensino remoto para muitos alunos e o desemprego dos mantenedores familiares.
A doutora em Educação e professora de Pedagogia da UNINASSAU – Centro Universitário Maurício de Nassau em Teresina, Leila Medeiros, explica que a pesquisa foi realizada com cerca de 68 mil alunos de todo o Brasil, trazendo a problemática de diversas regiões e realidades. Segundo Leila, os principais impasses são a falta de acesso a equipamentos e a queda das rendas nos lares. “O adiamento e suspensão de aulas exigiu a retomada dos encontros de forma virtual, o que impactou a relação dos alunos com os estudos, ainda que seja a ferramenta mais propícia e inclusiva. A partir daí, emergem as situações de falta de disciplina e de interesse para aulas remotas, além dos estudantes que têm necessidades especiais e, com certeza, precisaram de auxílio especializado”, disse a pedagoga.
O desemprego afetou grande parte das famílias brasileiras, contrariando a permanência e retorno para as salas de aula. Leila Medeiros explica que, os problemas nos lares, sejam financeiros ou não, repercutem na aprendizagem e na disposição de continuar estudando. “Infelizmente, 38% dos que foram entrevistados abandonaram a escola porque precisaram ajudar na renda familiar. E 8% do total afirma que, ainda que se finalize a pandemia, não retornarão a estudar. Um retrato grave, que terá implicações futuras sérias e com reflexos prolongados. Precisamos de ações estratégicas para melhorar esse cenário: apoio pedagógico especializado para adequação ao ensino híbrido ou remoto e políticas públicas que garantam a segurança dos jovens, no sentido de existir uma renda básica para eles, minimizando as distrações durante este período”, finaliza a professora Leila Medeiros.
Ainda que o ensino remoto esteja alcançando mais alunos, pela melhoria da acessibilidade em termos gerais, a vacinação em massa torna-se a principal alternativa para um ambiente saudável para educadores e estudantes. Quase metade (47%) dos entrevistados acreditam que o maior incentivo para o retorno às aulas é a completa imunização dos funcionários e alunos. Dessa forma, os impactos serão minimizados e as perspectivas futuras se tornam mais favoráveis para todos os alunos. Por Ricardo Mousinho da ASCOM Uninassau