A Câmara de Timon viveu hoje um momento histórico que deverá constar de seus anais e se perpetuar e povoar a crença popular e política por toda sua história de existência do parlamento, nesses 70 anos, pós república e que constam na história de existência do poder legislativo de Timon.
Pela primeira vez um projeto, com os papeis políticos totalmente invertidos – o da Lei Orçamentária Anual-2019 -, deixou de ser aprovado pela falta de vereadores da base do governo, autor da lei que propõem os gastos do executivo para ano subsequente. A oposição com dez vereadores em plenário aprovou o orçamento proposto pelo prefeito Luciano Leitoa, mas por causa de um voto somente que poderia ter sido dado pela base do governo, que se ausentou na sessão de hoje, o orçamento, que prevê gastos e investimentos na ordem de 500 milhões de reais, foi prejudicado e deverá retornar às comissões para ser analisado, enquanto isso, a gestão terá como base a aplicação do orçamento de 2018 para evitar perdas e prejuízos para população por conta da ausência dos vereadores de situação.
Em um segundo ato da mesa presidida interinamente pela vereadora mais idosa, Socorro Waquim (MDB), como determina a Lei Orgânica e atendendo a requerimento dos 11 vereadores, a Câmara aprovou a convocação de sessão extraordinária, também como manda a lei, para tratar da eleição da Mesa Diretora, que vinha sendo protelada pela Mesa Diretora passada desde fevereiro do ano passado.
Nomeado como secretário para auxiliar nos trabalhos de hoje, 2, o vereador Anderson Pego (PSDB) leu as regras do edital da convocação para o pleito e escolha do presidente e demais membros da Mesa e o regramento para eleição que deverá ser publicada no Diário Oficial da Câmara e tem prazo de 48 para a inscrição de chapas para os queiram concorrer e depois deste prazo a realização da eleição.
Quanto à questão do orçamento que foi prejudicado por falta de um voto da base, a presidente interina da Câmara Socorro Waquim disse que a peça deve retornar às comissões para ser analisada, “mas não existe nenhuma predisposição dele não ser aprovado”, mas ainda segundo ela, “a LOA só deve voltar a ser discutida após a eleição da mesa diretora e com o domínio do novo presidente da Casa que deverá ser eleito nos próximos dias tão logo sejam cumpridas as regras impostas pelo edital de convocação e lei orgânica”, esclareceu Socorro.
A Câmara com a votação do orçamento entra de recesso e logo após a sessão de hoje a presidente se reuniu com os 11 vereadores presentes à sessão de hoje para escolher a comissão que tratará do pleito.
Dos 10 vereadores ausentes, somente o vereador Francisco Torres (MDB), que até então concorre à presidência da Casa com o apoio dos nove vereadores da base, no final da sessão plenária, através de sua assessoria, apresentou requerimento justificando sua ausência no plenário durante a votação.
A ausência dos demais vereadores da base do governo em plenário hoje está intrinsecamente ligado à disputa pela Mesa Diretora e iminente derrota que a oposição está impondo à base, que em 2016 elegeu 14 vereadores e tinha a maioria absoluta, elegeu Ulima Resende no primeiro biênio, mas desde fevereiro deste ano, que o governo Leitoa perdeu apoio de cinco vereadores, que se juntaram a oposição para ganhar a eleição da mesa derrotando o governo.
No mês passado o vereador Francisco Torres (MDB) apresentou sua candidatura como presidente tendo o apoio da base do governo numa manobra para enfraquecer o grupo de oposição que se mantém unida e com os votos suficientes para derrotar o candidato com apoio da base.
O governo Leitoa se mantinha desde 2013 com apoio suficiente para ter o controle da casa legislativo e o prefeito impor seus caprichos administrativos, financeiros e políticos com uma Câmara subserviente ao seu poder, mas o quadro se inverteu e hoje a oposição, votou e aprovou parecer com emendas que alteram números no orçamento do executivo para 2019 e por conta de um voto o governo vai ter que discutir com a oposição a aprovação do orçamento para 2019 e ainda terá de quebra que engolir um presidente que não foi tirado de sua manga como carta do baralho da subserviência política que o governo vinha impondo àquela casa política.