O ato de suspender a verba indenizatória dos 21 vereadores de Timon não pode ser caracterizado como ato de moralidade do atual presidente da Câmara, Uilma Resende. Na interpretação do vereador Ramon Junior (PP), muito pelo contrário, o ato é um escárnio, pois como é que os vereadores de vários mandatos, como o atual presidente, vinham recebendo essa verba indenizatória e agora querem posar como moralistas, afirmou o vereador.
“Tirar proveito de uma decisão como esta é um absurdo, pois a atitude de dizer que suspenderam a verba para moralizar a Casa. Como vereador, cheguei nesta casa e fui chamado pela direção legislativa e informado que o vereador tinha um valor destinado para custeio das despesas como o gabinete e que isso era respaldado na lei municipal, estabelecendo que o vereador pudesse gastar em algumas ações do gabinete. Depois de analisar a lei e observar que está dentro dos preceitos da legalidade, portanto exercia minhas funções e prestava contas de todas elas com notas fiscais para o reembolso dos gastos e assim foi feito durante esse ano e seis meses de mandato”, afirmou o vereador Ramon Junior.
“Fiquei surpreso com o Ministério Público dizendo que a verba era ilegal, é ilícita e que não está certo pagar, inclusive já é de conhecimento público que o presidente da Câmara suspendeu, portanto, se estiver recebendo este dinheiro de forma ilícita, depositarei esse valor em juízo e entrarei com ação para que a justiça possa dizer se a verba é ilegal ou não. Caso seja a decisão da Justiça pela ilegalidade, e não mais o receberei, pois quero agir de boa fé. Se for dinheiro fruto de ilicitude, que o devolva. Porém, se a verba for fruto da legalidade e direito recebe-lo, a Justiça é quem vai me garantir isso. Pois não vou ficar nesse risco, dessa insegurança de uns afirmando que é ilícito e outros dizendo que não. Vou me preservar e me resguardar, pois se for legal a justiça me devolva o direito se não que a verba seja devolvida para o erário público. O presidente da Câmara Uilma Resende, por exemplo, já recebeu mais de um milhão de verba indenizatória, o líder do governo hoje (José Carlos Assunção), se pronunciou dizendo que não vai devolver o dinheiro”, frisou Ramon Junior.
A suspensão da verba indenizatória dos gabinetes dos 21 vereadores de Timon tem tomada conta dos debates na Câmara. A decisão de suspender o custeio dos gabinetes dos vereadores foi adotada pelo atual presidente por conta de uma devassa nas prestações de contas feita pelo Ministério Público de Timon com base em informações da Procuradoria da Justiça. Perguntado sobre a declaração do vereador Ramon Junior, o Presidente da Câmara Uilma Resende se limitou a dizer: “Porque agora recebemos recomendação”.