Reportagem\Juliana Castelo
O transtorno bipolar é uma condição mental grave que se manifesta em pacientes através de uma série de sintomas desafiadores. Entre as principais características estão a instabilidade do humor, onde episódios de euforia se alternam com períodos de depressão profunda. Essas mudanças no estado emocional afetam de forma significativa a vida da pessoa, impactando sua rotina, especificamente, o funcionamento da vida social, profissional e pessoal. Conforme dados mais recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que a patologia afete por volta de 140 milhões de pessoas ao redor do planeta.
A psicóloga Carol França explica quais são os sintomas do transtorno bipolar. “No episódio de mania o paciente apresenta sintomas como: humor elevado ou irritabilidade extrema, aumento da energia e da atividade, diminuição da necessidade de sono, pensamentos acelerados, fala rápida, comportamentos impulsivos (gastos excessivos, decisões arriscadas). Já no episódio depressivo, apresenta-se com tristeza intensa ou desesperança, falta de energia e fadiga, dificuldade de concentração, alterações no apetite e no sono, pensamentos negativos, até suicidas em alguns casos. A fase de hipomania é uma forma mais leve de mania, mas observa-se uma energia aumentada e impulsividade”, explicou.
Transtornos de Humor e Transtorno de Personalidade
De acordo com Carol França, que é professora do curso de Psicologia da Estácio, os transtornos de humor são caracterizados por mudanças de humor marcadas por episódios de mania e depressão, enquanto os transtornos de personalidade são caracterizados por padrões de comportamento inflexíveis.
“Os transtornos de humor são marcados por alterações intensas e, muitas vezes, cíclicas no estado emocional da pessoa. As alterações no humor variam entre polos extremos (depressão e mania, por exemplo). E o humor pode ser regulado com tratamento, como medicação e psicoterapia”.
Já os transtornos de personalidade, conforme explicou a especialista, são padrões persistentes e inflexíveis de pensamento, comportamento e emoções, que afetam a forma de ser da pessoa e prejudicam sua vida social, profissional e afetiva.
“Os sintomas fazem parte da identidade da pessoa e não ocorrem apenas em episódios. O comportamento é rígido e inflexível, tornando difícil a adaptação às situações. O tratamento é mais complexo, focando na modificação de padrões de pensamento e comportamento ao longo do tempo”.
Diagnóstico
O diagnóstico de TAB pode ser feito por um psiquiatra ou psicólogo clínico. Segundo Carol França, os recursos que podem ser utilizados para obtenção do diagnóstico são: Entrevista Clínica Detalhada – com a análise dos sintomas, histórico de humor e impacto na vida da pessoa; Critérios do DSM-5 ou CID-11 – por meio da avaliação dos critérios diagnósticos específicos para transtorno bipolar tipo I, tipo II ou ciclotimia; Análise do Histórico Familiar – o TAB tem forte influência genética, então o histórico de transtornos psiquiátricos na família é levado em conta; e Escalas Psicológicas e/ou Testes Psicológicos que auxiliam na identificação dos sintomas.
