Quanto mais branco, melhor? Conheça os limites do clareamento dental

Reportagem Juliana/Castelo

Quem nunca quis abrir a câmera frontal para uma selfie ou vídeo, apostando na melhor versão do sorriso para compor o visual? Nos dias de hoje, ter dentes brancos e brilhantes é quase um símbolo de beleza e saúde. Mas será que o mantra “quanto mais branco, melhor” é realmente verdade? Conhecer os limites do clareamento dental pode te ajudar a entender como alcançar o sorriso dos sonhos, removendo as manchinhas indesejadas, de forma mais saudável.

Unir naturalidade à expectativa do paciente é o segredo para um bom resultado do clareamento nos dentes, conforme explica a professora do curso de Odontologia da Estácio, Mônica Beatriz Portela. “É importante entregar um resultado adequado à realidade de cada paciente, avaliando as melhores condições. Cada pessoa tem um limite de potencial de clareamento, por isso, trabalhamos com escalas, fotografias, no objetivo de chegar ao tom de branco que aquele indivíduo pode alcançar no procedimento”, explica.

Os benefícios do clareamento são muitos. Um sorriso mais branco pode sim aumentar a autoestima, e os resultados costumam aparecer rapidamente, em poucos dias. Além disso, quando realizados de forma correta, junto ao dentista, esses procedimentos são seguros para a maioria das pessoas. “Dentro do aspecto de saúde, o bem estar, a autonomia e a autoestima do paciente estão vinculados. Então, se sentir bem com o seu sorriso também faz parte de estar saudável”, afirma Mônica.

Mas insistir no branco perfeito pode sim trazer riscos. É preciso ter cuidado e considerar alguns limites. “É muito comum que as pessoas recorram a produtos como géis ou outros materiais caseiros, sem conhecer as consequências do uso. Esses itens, quando usados sem a devida orientação, podem causar irritações na gengiva e até queimaduras. No consultório, o paciente está protegido de tudo isso”, adverte a profissional. Mônica também explica que no consultório, além de usar protetores para as áreas da boca que não devem entrar em contato com os clareadores, os dentistas também monitoram o tempo de exposição aos produtos, que depende da sensibilidade de cada paciente. “Ao fazer sem acompanhamento e ultrapassar o tempo, o paciente pode apresentar necrose pulpar, muita sensibilidade e, com isso, uma gengiva bem lesionada”, destaca a professora.

A dentista também alerta para a falsa sensação de clareamento de cremes dentais com carvão ativado ou bicarbonato, que não causam o efeito esperado. “O bicarbonato, por exemplo, não clareia de fato. O que acontece é que ele raspa um pouco do esmalte do dente, que é uma camada muito importante, causando muito mais sensibilidade e gerando ainda mais prejuízo”, reforça a profissional.

Então, antes de se submeter a qualquer tratamento, é recomendável fazer uma consulta com o dentista. Um profissional poderá avaliar a saúde dos seus dentes e indicar a melhor opção de clareamento. Manter uma boa rotina de higiene bucal, com escovação regular e uso do fio dental, também ajuda a garantir resultados melhores e até mais duradouros.