Reportagem/Juliana Castelo
O Mês das Mães costuma ser festejado de forma intensa no Brasil, com movimentação nas lojas e momentos felizes entre as famílias. Mas nesse contexto, a saúde mental das mães também precisa ser priorizada. No Brasil, de acordo com dados do IBGE, as mulheres dedicam 9,6 horas a mais que os homens nos afazeres domésticos e/ou cuidados de pessoas.Uma forma de promover o equilíbrio é dividir tarefas domésticas de maneira justa entre todos os membros da família, permitindo que todos tenham tempo para atividades de lazer, autocuidado e desenvolvimento pessoal.
Essa abordagem alivia a carga de trabalho sobre uma única pessoa e distribui de maneira mais justa as responsabilidades. O resultado é um ambiente doméstico com mais harmonia e respeito. “Mãe não precisa ser heroína. Precisa de parceria”, alerta a psicóloga da Hapvida, Lua Helena Moon Martins Cardoso. “Ser mãe é uma dádiva, uma responsabilidade que transforma tudo e também carrega consigo um sacrifício silencioso. Mas isso não significa, e nem deveria significar, que a mulher deve abrir mão de si”, afirma.
Há avanços, mas a passos lentos. “Mãe não precisa virar sinônimo de esgotamento, de carregar o mundo nas costas sozinha, como se amar fosse suportar o insuportável sem dizer nada”, conta Lua Helena.
Segundo ela, o problema não é o amor, mas sim o que ela define como piloto automático. “Em grande parte dos lares, a louça e a roupa suja são responsabilidades exclusivas da esposa. A mãe já cuidava dos filhos, da casa e do trabalho. Agora, também assume, em alguns lares, o cuidado com os pais idosos. O boletim da escola não pode ser preocupação só dela. Se o jantar atrasa, quem sente culpa? E se, por acaso, sobra uma gota de energia, que eu percebo que é rara, ainda se espera que ela sorria e seja grata”, cita a psicóloga. “O sorriso, muitas vezes, é um disfarce, pois, na verdade, o corpo implora por repouso e o coração só queria, por um instante, ser acolhido”, completa a profissional.