spot_img
spot_img

O peso do futuro: obesidade infantil atinge 26% das crianças no Maranhão

spot_img
Compartilhe:
Em 2024, o número de crianças com excesso de peso no estado chegou a 160.393
Reportagem/Jherry Dell’Marh
“Eu tenho dois filhos com obesidade. Não é fácil. Minha menina tem 7 anos e já pesa 55 quilos, e meu filho, de 9 anos, pesa 60 quilos. Isso me preocupa todos os dias, porque sei que o peso deles não é normal para a idade”, desabafa Maria de Fátima Nunes, de 45 anos, moradora do bairro da Vila Nova, em São Luís (MA). Para ela, a situação financeira é o maior obstáculo: “Vivo com pouco, e alimentos saudáveis, como frutas e verduras, são caros e difíceis de encontrar aqui. Então, acabamos comprando o que é mais barato, como bolachas e macarrão instantâneo”, relata.
Mesmo com as dificuldades, Maria tenta encontrar alternativas: “Tento controlar a alimentação e incentivar brincadeiras ao ar livre, mas a verdade é que eles acabam passando muito tempo vendo TV e mexendo no celular.”
A história de Maria de Fátima, infelizmente, não é exceção. Dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) revelam que, entre 2015 e 2024, 26 em cada 100 crianças maranhenses de até 9 anos foram diagnosticadas com excesso de peso, incluindo sobrepeso e obesidade grave. Em 2024, o número de crianças com excesso de peso no estado chegou a 160.393, reforçando a importância dessa prevenção quando o assunto é a alimentação de crianças e adolescentes.
O pediatra da Hapvida NotreDame Intermédica, Elton Castro Oliveira, destaca que a obesidade infantil é resultado de uma combinação de diversos fatores. “Alimentos ultraprocessados são pobres em nutrientes. Além disso, a falta de educação nutricional afeta diretamente as escolhas alimentares. Sem conhecimento, as famílias fazem escolhas inadequadas tanto em casa quanto fora”, complementa.
O pediatra alerta também para a substituição da dieta tradicional por opções industrializadas, impulsionada pela publicidade voltada ao público infantil. “O tempo excessivo em frente às telas e a falta de espaços adequados para atividades físicas agravam o sedentarismo”, completa.
Essas escolhas alimentares aumentam o risco de doenças como diabetes tipo 2 e hipertensão, que já afetam parte das crianças no estado. “Esses alimentos são ricos em açúcar, sódio e gordura, e a exposição precoce a esses produtos é um fator significativo para o desenvolvimento da obesidade”, alerta Castro.
Dados sobre hábitos alimentares
Em 2024, o SISVAN revelou comportamentos alimentares entre as crianças maranhenses:
  • 33% consomem regularmente alimentos ultraprocessados.
  • 20% ingerem bebidas adoçadas com frequência.
  • 17% consomem biscoitos recheados, doces ou guloseimas.
  • 16% incluem macarrão instantâneo e salgadinhos na dieta.
  • 7% consomem hambúrgueres e embutidos, como salsichas e linguiças.
Compartilhe:
spot_img

Talvez você queira ler também

Deixe uma resposta

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.

Propaganda

spot_img

Propaganda

spot_img

Relacionados

- Propaganda -spot_img
- Propaganda -spot_img

Últimas

Em ato contínuo, Prefeitura de Timon resolve abastecimento de água e iluminação no campo de futebol do Povoado Santana da Gameleira

A Prefeitura Municipal de Timon, por meio do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), reinaugurou nesta quarta-feira (16) mais um Sistema de Abastecimento...

Novo PAC: no Maranhão, 47,7% dos investimentos previstos até 2026 já foram executados

Dos R$ 17,3 bilhões em aportes previstos até o fim do ano que vem no estado, R$ 8,2 bilhões foram executados. Em âmbito nacional,...

MPL discute novas adesões em Regeneração

Líder e coordenador do Movimento Piauí Livre (MPL), Jorge Lopes, tenta aglutinar, em torno do MPL, mais lideranças ligadas a grupos partidários. Em Regeneração,...