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Papai Noel: contar ou não a verdade às crianças?

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Psicóloga explica quando e como explicar às crianças sobre a (não) existência do bom velhinho.
Reportagem/Juliana Castelo
O mês de dezembro traz consigo a magia natalina, que encanta os lares de todo o mundo. Esse encantamento deve-se, em parte, aos personagens atribuídos à data, entre eles o bom velhinho, o Papai Noel.
O homem de barba grande e branca, que entrega presentes às crianças em um trenó puxado por renas, mexe com o imaginário infantil, que vê nessa história o motivo para gostar tanto da data. Escrever cartinhas pedindo os presentes mais desejados é um momento de alegria e reforço da magia relacionada ao período.
No entanto, com crianças cada vez mais antenadas digitalmente e espertas, essa fantasia envolvendo o bom velhinho pode desaparecer mais cedo, ainda que a contragosto dos pais e responsáveis. A depender de cada criança, o momento da descoberta pode envolver frustrações e questionamentos sobre tudo o que foi aprendido até ali.
De acordo com a psicóloga e docente da Estácio, Ana Carolina Ermisdorff, os pais muitas vezes se preocupam em contar sobre isso em algum momento. Porém, ela explica que “faz parte do processo de desenvolvimento da criança que, dos 6 aos 8 anos, ela comece a questionar algo que foi dito como verdade, como o caso do Papai Noel. Então, se os responsáveis forem falar de forma direta que isso não existe, podem quebrar esse processo”, comenta.
A psicóloga ainda explica que os pais devem contribuir com o imaginário da criança. Ao serem perguntados sobre a veracidade dessas histórias, a recomendação é “devolver” a pergunta para a criança, para saber o que ela acha, ver suas observações e, de forma mais indireta, deixar que ela construa suas próprias respostas. “Assim, ela sai de uma compreensão imaginativa para, aos poucos, transformar essa figura em algo tradicional, algo que nós, adultos, conseguimos compreender que não é verdade, mas que faz parte da cultura da sociedade”, destaca.
Não posso dar o presente que meu filho quer. Devo evitar fazer a cartinha para o Papai Noel?
Ainda de acordo com a psicóloga e docente Ana Carolina Ermisdorff, a construção das cartinhas para o Papai Noel vai além do simples pedido por um presente. É um momento para construir e fortalecer a relação entre pais e filhos.
Neste momento, os pais podem ter receio de frustrar a criança caso o pedido seja de algo que não pode ser dado. No entanto, a profissional destaca que “os pais precisam compreender também que a criança precisa se frustrar e entender que, ao se deparar com um pedido que eles (os pais) não vão conseguir proporcionar, não devem fazer promessas que não serão cumpridas”, reforça a docente.
A recomendação é semelhante no caso de crianças neurodivergentes ou atípicas. Porém, a psicóloga explica que elas têm dificuldade com o não planejado. “É importante que os pais construam uma relação que possibilite esse ‘não’. Ao longo do ano, pode-se sugerir opções de presentes, se vai dar ou não, sinalizando para a criança o que vai acontecer, para que ela não se frustre de forma abrupta, o que pode levar a uma crise”, finaliza.
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