A rainha do baião de Timon (MA), Antônia Bacalhau, foi homenageada pelos blocos “Estação das Flores” e “Baião de Boi” no Zé Pereira deste ano. Aos 85 anos, a timonense, que é referência de alegria e festa do momo, acompanhou os blocos, mesmo com a chuva.
Este ano, o “Estação das Flores” uniu o bloco Baião de Boi, coordenado por Severino Santos, cantor e agitador cultural que vive entre Teresina e Timon. Os brincantes levaram os bumbas-bois Imperador da Ilha e do Riso da Mocidade, os mais tradicionais da região. Participaram também Roberto Portela, dos Caiporas, e o cantor Dimas Bezerra.
Veja Também:
- Corpo de jovem é encontrado próximo a Ponte da Amizade
- Jovens do Novo Tempo, foram presos com drogas
- Casa arrombada no “Novo Tempo” assusta moradores
Uma das idealizadoras do bloco, Carla Senna, ressaltou que a proposta é valorizar a cultura popular e as pessoas de Timon. O projeto “Estação das Flores” foi criado em outubro do ano passado com atividades artísticas e culturais alternativas, como leitura e contação de histórias para crianças, saraus literários, shows musicais e espetáculos teatrais.
“A proposta é de valorização das manifestações tradicionais da cultura timonense, bem como capacitações nas áreas artísticas e literárias, fomentando a economia da cultura solidária e colaborativa no bairro São Francisco, tendo a comunidade como protagonizadora. O projeto é semeado por um coletivo que conta com a participação de moradores dos arredores da Estação Ferroviária, artistas e produtores culturais de Timon e Teresina”, ressaltou Carla Senna.
Tomando uma atitudade de diversificar as manifestação de blocos carnavalescos de Timon foi criado o bloco que este ano se uniu ao Baião de Boi. O baião de Timon, também originário do lundu africano, apesar das mudanças nos instrumentos, como a troca da sanfona por teclados, ainda conserva peculiaridades em seu rítmo e em sua dança.
Os mais antigos ainda dançam com um instrumento denominado por eles de “gafanhoto”, uma espécie de castanhola à timonense.
“Pesquisas que estão sendo realizadas pela Fundação de Cultura de Timon, indicam ser este instrumento a origem dos conhecidos “bois de matraca”, o que também relaciona o baião timonense, ou baião de gafanhoto, à brincadeira do bumba-meu-boi”, ressaltou Carla Senna.
Antônia Bacalhau recebeu o título de Rainha do Baião pelos antigos músicos e terreiros por onde as festas se realizavam. Sua presença como dançarina incansável, assimo como os próprios músicos, dava a tônica peculiar deste ritmo timonense. Ela tem o reconhecimento de diversas comunidades do município, tanto urbanas como rurais. Para salvaguardar sua memória é que seus filhos e amigos criaram o “Bloco da Bacaiau – Rainha do Baião”, organizado todos os anos na rua Odilo Costa, bairro Santo Antônio, em frente à residência da família.
“O bloco é uma homenagem a minha avó, que adora a tradição do baião dançado com gafanhoto”, diz Vania da Silva, neta de dona Antônia.
Este ano de 2016 a família Bacalhau se integrou à proposta de valorização das tradições de Timon feita pelo Coletivo Estação das Flores e, pela primeira vez, desfilaram na Avenida Piauí durante o Zé Pereira de Timon 2016, realizado pela Fundação Municipal de Cultura. Nos dias 07 e 09 de fevereiro próximos, período da Festa de Momo, quando o Bloco da Rainha do Baião faz sua folia, o movimento Estação das Flores estará presente.
Edição: Veja Timon
Via: Cidade Verde