Imunização e eliminação de focos do mosquito são principais aliadas na prevenção da doença
Por Juliana Castelo
“Toda vez que anunciam a chegada de vacinas novas, que vão ajudar a combater essas doenças que afetam a gente, já fico atenta à divulgação do calendário porque sei que primeiro vou levar meu filho e não gosto de perder tempo. Mãe que é mãe protege”, conta Angela Lindoso, 53, que não vê a hora de poder vacinar o filho Rafael, de 13 anos, contra a dengue. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, foram registrados mais de quatro mil casos da doença no Maranhão em 2023 e, neste ano, o aumento de casos preocupa.
Com as cadernetas de vacinação dela e do pequeno sempre preenchidas, Angela alerta para a falta de atenção e cuidado perto de casa. “Fico preocupada porque, mesmo que faça de tudo para não deixar água parada, lixo acumulado, essas recomendações que dizem para que os mosquitos não se criem, vejo que algumas pessoas não estão se importando em fazer o mesmo. Então a gente acaba correndo risco mesmo assim. Não vejo a hora de vacinar”, afirma, apostando também no uso de repelentes durante o período chuvoso.
Na vez em que contraiu a dengue, Angela estava grávida e lembra como foi difícil enfrentar os sintomas. “Tive tanta febre e uma fraqueza que não passava. Não conseguia me alimentar direito e lembro até hoje das manchinhas pelo corpo e das dores atrás dos olhos. Nunca mais quero ter essa doença e nem quero que meu filho passe por isso. Espero que todos se protejam e que os casos diminuam ainda este ano”, lembra a copeira.
A picada de vacina é bem melhor que uma picada do Aedes aegypti. A infectologista da Hapvida NotreDame Intermédica, Priscila Carrara, explica que a Qdenga, lançada para combater a doença, pode ser aplicada em pessoas de 4 a 60 anos de idade. “Pode ser tomada independente se a pessoa já teve ou não dengue. É uma vacina composta por vírus vivo atenuado, que faz com que nosso corpo crie imunidade, protegendo contra quatro sorotipos da doença. Então, a resposta é muito mais eficiente no organismo”, ressalta.
Cansaço, dor no corpo e talvez um pouco de febre são efeitos colaterais já esperados após tomar o imunizante mas, a especialista garante: passam logo. “Vacinar contra a dengue é essencial para diminuir os casos alarmantes. Esses efeitos após a picadinha nada se comparam ao prejuízo de contrair a dengue, que pode subir a níveis muito graves. Por isso, proteja suas crianças e, quando chegar a sua vez, se proteja também. E não deixe de cuidar do ambiente em que você vive para evitar que o mosquito se reproduza”, ressalta Priscila.
A Qdenga é disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e está sendo fornecida gradativamente pelo Brasil. Até o momento, a vacinação foi aberta para a faixa etária de 10 a 11 anos.