A deputada estadual Andrea Murad (PRP) protocolou, nesta quarta-feira (18), representação, na Procuradoria Geral da República, denunciando o governador Flávio Dino (PCdoB) por suposto envolvimento no que considera “esquema de desvios de recursos da Saúde”, que teria sido revelado pelo médico Mariano de Castro Silva.
“A representação foi entregue à procuradora geral Raquel Dodge, em Brasília, para investigação e apuração das responsabilidades quanto aos desvios na SES, que resultaram no suicídio do médico Mariano de Castro Silva. São fatos gravíssimos. Não podemos restringir esse escândalo apenas em torno dos funcionários da Saúde. Não foram atos isolados e a carta de Mariano demonstra isso. O documento cita Flávio Dino, Carlos Lula (e sua esposa), Marcos Pacheco, e Karla Trindade, subsecretária de Saúde e militante do PCdoB”, disse a deputada.
Na representação, a deputada narra os acontecimentos dos últimos dias, em decorrência da publicação das cartas de Mariano, apontado pela Polícia Federal, na Operação Pegadores, como o “operador do esquema de desvios na Saúde”.
“O caso é muito sério. Envolve diretamente um governador de Estado, com foro no Superior Tribunal de Justiça. Há provas e indícios de organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro, entre outros ilícitos, ocultos na gigantesca engrenagem criminosa montada no Maranhão. É urgente que sejam adotadas medidas cabíveis e necessárias para fazer cessar os ilícitos e, para tanto, requer abertura de inquérito junto ao STJ ou de procedimento para ensejar rápida e eficaz apuração de todos os fatos e pessoas mencionadas nos documentos deixados por Mariano de Castro Silva”, menciona a deputada na representação.
A parlamentar fez a leitura completa da representação para registro nos anais da Assembleia Legislativa e discorreu sobre o que classificou de “caos em que se encontra a Saúde Pública no Maranhão, fruto da má gestão do governador e reflexo das irregularidades e desvios denunciados na carta de Mariano, divulgada pela imprensa”.
“Daí a péssima prestação de serviços nas unidades do estado. É retirado o pouco que os trabalhadores já têm para outras finalidades. Isso demonstra a completa desorganização e má gestão da saúde pública no Maranhão. O sistema é capenga, irregular, faltam materiais, medicamentos e médicos nos hospitais, e os salários dos enfermeiros estão atrasados, pois eles ainda não receberam os vencimentos da convenção coletiva de trabalho. Os empregados com todos os direitos trabalhistas e constitucionais desrespeitados. Tudo isso é reflexo da gestão de 2015 para cá. Hoje, a saúde estadual está completamente falida”, finalizou Andréa.