A Câmara Municipal de Timon promoveu na manhã desta terça-feira, 15, uma reunião para discutir a situação referente à construção de uma estação elevatória de esgoto no bairro Guarita, no local onde funcionava a antiga Central de Flagrantes. Os moradores da região alegam que não ouve comunicação prévia da prefeitura de Timon ou da empresa Águas de Timon sobre a construção no local e nem sobre os impactos que a obra deve causar na região. Moradores, empresários e artesãos da região temem que a obra ocasione mal cheiro e desvalorize os imóveis próximos.
Estiveram presentes à reunião diversos moradores do bairro Guarita, representantes da empresa Águas de Timon, da Agência Reguladora de Serviços Públicos de Timon (Agert), da prefeitura de Timon, além dos vereadores Uilma Resende, Neto Peças, professora Vanda, Drº Torquato, Jorge Passos, Kaká do Frigo Sá, Da Luz Sete Estrelas, Thiago Carvalho, Juarez Morais, Celso Tacoani, Jair Mayner, Ulysses Waquim, Pedro Augusto e Ivan do Saborear.
O vereador Uilma Resende, presidente da Câmara Municipal de Timon, afirmou que foi muito importante a intermediação do Poder Legislativo nessa questão para buscar uma solução onde todos sejam contemplados. “Realizamos hoje uma reunião importantíssima, onde todos tiveram a oportunidade de falar e expor seus argumentos em relação à obra. Lamentamos que o Ministério Público não tenha enviado nenhum representante e que a prefeitura de Timon tenha enviado um representante que não deu nenhuma palavra sobre a situação, não era isso que estávamos esperando. Mesmo assim, saímos da reunião com o encaminhamento de que a prefeitura deve fazer a doação de um outro terreno, além de providenciar a construção de um novo centro de produção para os artesãos da Guarita”.
O presidente da empresa Águas de Timon, Cleyson Jacomini, destacou que Timon possui atualmente apenas 3% de cobertura de coleta de esgoto e que as obras que forma iniciadas neste ano devem levar o tratamento de esgoto para 33% do município até 2022 e em 2026 essa cobertura deve chegar a 100%. Cleyson observou ainda que a escolha do local onde será construída a estação elevatória não foi feita de forma aleatória, mas por uma escolha de viabilidade técnica, por estar na parte baixa da cidade e ressaltou que a estação não vai causar mal cheiro ou desconforto aos moradores da região.
O presidente da Agert, Marco Antônio, pontuou que a agência vem cobrando a questão da mitigação dos transtornos e para que os serviços sejam efetuados de forma correta. “Estamos disponíveis para toda a comunidade, para todos os vereadores, para sanar dúvidas quanto à fiscalização”.
Falando em nome dos moradores do bairro Guarita Uanderson Sousa ressaltou que a agência municipal responsável por fiscalizar o trabalho da empresa Águas de Timon, a Agert, não cumpre com sua tarefa de forma satisfatória. “Essa fiscalização não vem acontecendo, pois diariamente recebemos água com na qualidade, o que indica que a fiscalização não é adequada. Se vocês não conseguem cumprir isso que é mínino, então como vamos confiar na construção de algo tão complexo como é a estação elevatória. Não somos contra a estação elevatória, estamos cientes do benefício, porém não concordamos com a escolha do local”, questionou.
O vereador Celso Tacoani, que é morador do bairro Guarita, afirmou que particularmente não gostaria que a estação fosse construída no local que foi escolhido e ressaltou, sobre o compromisso que a prefeita Dinair Veloso lhe fez para a construção de um galpão para abrigar um novo centro de artesanato. Já o vereador Jair Mayner pontuou que defende a construção da estação elevatória naquele local e que vê a construção como uma oportunidade para acabar com o esgoto que corre nas ruas do bairro causando mal cheiro e trazendo doenças.
O vereador Juarez Morais disse que o terreno em questão, que foi cedido pela prefeitura à empresa Águas de Timon possui indícios de irregularidades. “Primeiro o terreno foi doado sem passar antes pelo crivo da Câmara, além disso, olhando a certidão daquele tereno, está muito confuso o documento de cessão. Existem indícios de que há irregularidades no documento de cessão do terreno, precisamos estar atentos a isso. Além disso, a empresa e a prefeitura precisam fazer a compensação do impacto que a obra irá causar aos moradores”.