Especialista orienta a renegociar débitos e se livrar do nome sujo.
Por Elainy Castro
Dívidas: essas são as principais preocupações dos brasileiros, ainda mais quando chega a época de final de ano. O mais recente levantamento feito pela Serasa, divulgado em agosto deste ano, indica que o crescimento da inadimplência no Brasil desacelerou neste mês, com aumento de 340 mil novos inadimplentes frente aos 800 mil registrados entre os meses de junho e julho. Ainda assim, o número de devedores segue alto: 67,9 milhões de brasileiros estão com o nome sujo na praça.
Para ajudar a regularizar essa situação, segue até o dia 30 de novembro o Mutirão Nacional de Negociação de Dívidas e Orientação Financeira, uma iniciativa conjunta da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Banco Central do Brasil, Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) e Procons de todo o país. O objetivo é ajudar o consumidor a fazer a melhor negociação de suas dívidas com o banco e reequilibrar suas finanças.
O professor do curso de Ciências Contábeis do Centro Universitário Estácio São Luís, José Chaves Reis Rocha, (foto) pontua que a negociação é o melhor caminho para quitar ou regularizar dívidas sem comprometer o orçamento. “Assim, é possível negociar condições dentro de suas possibilidades financeiras, como reduzir taxa de juros, multa e o valor das parcelas, além de conseguir prazos maiores de pagamento. Com o nome limpo na praça, aumenta a facilidade para conseguir novos créditos, a exemplo do cartão de crédito, crediário de varejistas, empréstimos e financiamentos”, explica.
Negociando a dívida
Reis Rocha alerta que, antes de tentar a renegociação, é necessário saber o valor real da dívida (capital, juros e multas). Isso ajudará tanto a compor o saldo devedor quanto a apresentar uma proposta vantajosa para a quitação. “Ao começar a renegociar dívidas com a instituição credora, procure saber as condições da renegociação, qual será o desconto sobre a dívida total que está sendo proposta”, orienta.
Para isso, é importante recorrer aos canais oficiais do agente financeiro em que o crédito foi contratado. Para isso, basta ir à sua agência ou contatar a empresa pelos canais de atendimento. Mas atenção: é preciso ter cuidado com os golpes. “Contatos por meios não oficiais e com informações desencontradas são alguns dos sinais de que algo está errado. Na dúvida, consulte um advogado para que sejam tomadas as providências necessárias para confirmar a veracidade daquele contato”, alerta.
Durante a renegociação, certamente o agente financeiro irá apresentar uma proposta inicial. Mas se o valor não estiver condizente com a sua situação financeira, você pode fazer uma contraproposta. “Se restarem dúvidas ou se o cálculo da dívida não estiver claro, questione e não decida por impulso. Vale a pena confrontar a proposta com a sua planilha de gastos para saber se ela está dentro do seu orçamento. Não esqueça de solicitar junto ao credor a carta de quitação. Depois, verifique em quanto tempo sua situação será regularizada junto ao Serasa, caso seu nome esteja negativado”, enumera.