A Procuradoria Geral do México reafirmou hoje (27) que os 43 estudantes da Escola Normal Rural de Ayotzinapa, estado de Guerrero – desaparecidos há quatro meses, foram executados e incinerados. Em entrevista coletiva, na Cidade do México, hoje (27) à tarde, o procurador-geral, Jésus Murillo Karam, disse que “não há dúvida” sobre a morte dos jovens.
“Com base nas investigações e análises das provas e fatos, podemos dizer que não há dúvidas de que os estudantes foram privados de liberdade, depois incinerados e jogados no leito do Rio San Juan [município de Cucula, estado de Guerrero]”, afirmou.
Em novembro do ano passado, o procurador já havia dito que os jovens haviam sido assassinados e queimados, após a confissão de sicários (assassinos de aluguel) ligados a narcotraficantes e ao ex-prefeito da cidade de Iguala, Ángel Aguirre.
Por meio do site da Presidência da República do México, o procurador atribuiu as morte dos estudantes a um grupo criminoso local, mas procurou afastar as denúncias de envolvimento do governo federal nos crimes.
“O Exército não participou dessa ação”, afirmou. Após a comprovação do envolvimento do ex-prefeito de Iguala com grupos narcotraficantes da região, a imprensa local revelou que a Procuradoria teria denúncias e provas do envolvimento de entes diretos do governo federal no crime. Mas, na coletiva de hoje, o procurador afastou as denúncias.
O sumiço dos jovens causou uma série de protestos mundiais contra a impunidade no México, e chamou a atenção para os mais de 22 mil desaparecidos nas últimas décadas.
Ontem (26), os pais dos estudantes completaram quatro meses de buscas por informações para esclarecer a verdade dos fatos, que culminaram com o desaparecimento e confirmação da morte dos estudantes.
Edição: Veja Timon
Via: Agência Brasil