Com a base governista reduzida a partir de 2018 quando foi deflagrado o processo de escolha da Mesa Diretora para o Biênio 2019/2020 e cinco vereadores dissidentes resolveram deixar o governo, compor com a oposição e disputar a presidência da Casa, contrariando todas orientações do governo municipal, ao que parece, o prefeito Luciano Leitoa reverteu a situação e passa a ter maioria simples para aprovar as matérias de interesse do governo da forma que quiser. No caso de maioria absoluta, com quórum qualificado, o governo diante do que se propõe, conseguirá também a aprovação a um custo baixo.
Basta observar que na votação do Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (CIRA), uma proposta apresentada aos vereadores pelo Ministério Público Estadual, em junho deste ano, mas que precisava ser discutida amplamente com a sociedade ganhou apoio do governo e de vereadores da oposição e colocada em regime de urgência foi aprovada com votos de oposicionistas, antes declarados contrários ao projeto.
Questionar o CIRA, não se deve, pois o projeto trata de um ajuda significativa e talvez mais eficiente para entrada de “recursos perdidos” nos cofres municipais, mas a que custo. Sem discussão, sem amplo debate. Somente com uma reunião definida. Essa é a temeridade colocada contra a democracia no que envolve o projeto.
Os vereadores contrários à aprovação do CIRA e que assim permaneceram até o final, defendiam essa ampla discussão, embora se soubesse que o governo o aprovaria de qualquer forma como realmente ocorreu, mas os vereadores queriam uma discussão mais ampla para esclarecer à sociedade o que realmente estavam votando e aprovando.
Henrique Junior, líder da oposição, por exemplo, não se conformou com o fato de que a máquina arrecadadora municipal tenha sido substituída por um comitê que tem na sua essência também motivo para pressionar, pois de tudo que arrecadar levará 15 por cento.
O vereador também questionou o fato do governo ter demonstrado incapacidade para arrecadar embora tenha constituído uma procuradoria fiscal com uma equipe de fiscais de tributos bem pagos para esse serviço, agora substituídos por um comité com composição policial em sua estrutura.
Mas voltando ao fato do prefeito ter conseguido reverter a maioria que detinha a oposição e com votos de vereadores desse segmento. É de se estranhar que as atitudes dentro do grupo de afastar os suspeitos prováveis de traições nas votações de interesse do governo recaiam agora em cima dos ombros dos mais intransigentes edis que mais criticaram o governo e em tese seriam oposição à ele (governo), mas que ao contrário, na hora ‘h” ficaram do lado do prefeito Luciano Leitoa num projeto que hipoteticamente foi defendido pelo MP, mas quem mais vai ganhar é governo municipal.
É de se estranhar por demais…