Ana Kaline tem 8 anos de idade e apresenta dificuldade de aprender o conteúdo escolar. Neste sábado (14), ela e mais 73 crianças foram atendidas no mutirão do Centro Municipal de Atendimento Multidisciplinar (CMAM), estabelecimento voltado ao acompanhamento de crianças com dificuldades de aprendizagem e mantido pela Fundação Municipal de Saúde (FMS), em parceria com a Secretaria Municipal de Educação (SEMEC) de Teresina.
A dona de casa Antônia Rita, mãe da Ana Kaline, conta que aprovou o atendimento recebido neste sábado (14). “A minha filha não estava acompanhando os outros alunos na leitura e a escola a encaminhou para o CMAM. Ela participou do mutirão, mas como tem perfil para ser atendida no local, continuará realizando acompanhamento aqui. Estou adorando, os profissionais são atenciosos”, afirmou.
As 74 crianças atendidas hoje foram anteriormente avaliadas pela rede do SUS. Elas tinham realizado exames para também verificar problemas de visão, audição e cognição. “Nessa etapa, ocorreu a avaliação médica. As crianças que receberam diagnóstico de transtornos de aprendizagem continuarão sendo acompanhadas pelo CMAM. É um processo longo, mas que contribuirá para inclusão de crianças no âmbito escolar”, afirmou a diretora Daniela Escórcio.
“O aluno que não acompanha a turma porque tem transtorno de aprendizagem pode perder a motivação para os estudos, sofrer bullying, prejudicar o seu rendimento escolar e o seu futuro educacional. Então, as áreas da Saúde e da Educação uniram esforços para criar o CMAM, que favorece o desenvolvimento das crianças nos aspectos psicológicos, afetivos, sociais e acadêmicos”, ressaltou Charles Silveira, presidente da FMS.
O psiquiatra Francisco de Brito explicou sobre determinados transtornos de aprendizagem que acometem crianças e adolescentes e que são recorrentes no CMAM. “O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) trata-se de uma dificuldade na questão da concentração, com variante desatento, hiperativo/impulsivo ou misto. Há outras demandas atendidas, a exemplo de dislexia, disgrafia, discalculia e disortografia”, informou.
A situação do aluno que tem dificuldade nas habilidades escolares e fica sem tratamento pode se transformar em uma bola de neve. “Ele evolui de ano e o aprendizado vai ficando defasado. É preciso que o familiar compreenda a situação, que não é falta de vontade ou gênio ruim da criança ou adolescente. É dificuldade e nós estamos aqui no CMAM para reabilitá-los, para que acompanhem os outros da mesma idade no aprendizado”, destacou o psiquiatra.
Como ter acesso ao atendimento do CMAM
Para ter acesso ao CMAM as crianças e adolescentes com idade entre cinco e 16 anos devem ser encaminhadas pelas escolas públicas de Teresina, com suspeita de algum transtorno de aprendizagem. “O Centro oferece atendimento completo, contando com neuropediatra, psiquiatra, psicólogo, psicopedagogo, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo e assistente social”, finaliza Daniela Escórcio.