Com o advento da Constituição Federal de 1988, a Cidadã, nas palavras de Ulisses Guimarães, a CENSURA, foi varrida de todo nosso ordenamento jurídico.Mas, vez por outra, pessoas que se sentem acima do bem e do mal quando têm interesses contrariados, ou por verem os seus respectivos nomes divulgados em situações vexatórias, lançam mãos de brechas existentes nesse mesmo ordenamento jurídico para, do alto das suas prerrogativas, intimidar ou mesmo exigir junto ao poder judiciário, a prisão daqueles que, tendo o dever de repercutir junto à sociedade o que se passa nos mais recônditos escaninhos dos poderes constituídos, são perseguidos por desempenharem com altivez as suas atividades profissionais.
O exemplo mais notório desses atos atrabiliários ocorreu no segundo semestre do ano findo, quando nomes de integrantes do Supremo Tribunal Federal vieram a ser ventilados na Operação Lava Jato, sendo tal notícia motivadora para que o presidente do STF, nomeasse, de ofício, o ministro Alexandre de Moraes como investigador e acusador de quem estivesse envolvendo nomes de ministros comprometidos com a operação Lava Jato.
Aqui no Estado do Piauí, as situações são semelhantes, visto que, o experiente jornalista Arimateia Azevedo exercendo a sua faina diária, ousou repercutir na sua coluna, notas relativas a uma operação desenvolvida pelo GAECO, divisão de operações do Ministério Público Estadual, sobre um escandaloso crime de grilagem de extensas áreas do litoral piauiense, tendo os promotores que atuam na investigação, montado um organograma, tipo Poin Pot, onde figuras públicas são relacionadas como integrantes de uma Organização Criminosa (OCRIM).
Para perplexidade de toda a sociedade piauiense, que acredita estarmos vivendo em uma nação democrática, onde a censura é coisa do passado, o jornalista Arimateia Azevedo foi instado nesse final de semana a sair dos seus cuidados e constituir advogado para não ter que ser recolhido a um presídio local, visto que, uma autoridade do poder judiciário, abespinhou-se por ter o seu nome repercutido nas notas do jornalista, quando da divulgação das investigações realizadas pelo GAECO do Ministério Público Estadual.
A imprensa continuará a ser, independente dos arroubos autoritários dos “poderosos” de plantão, a válvula de escape de todos aqueles que ainda têm a percepção para indignar-se diante das injustiças que se praticam neste país.
É isso.