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O doce perigo do consumo excessivo de açúcar

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Reportagem/Jherry Dell’Marh
De acordo com o Ministério da Saúde, 64% do açúcar consumido no país é adicionado a alimentos e bebidas, o que explica o crescimento de casos de diabetes.
Aquela vontade quase irresistível de comer um doce no meio da tarde não é apenas um capricho: pode ser um sinal de que algo no corpo ou nas emoções precisa de atenção. Para a nutricionista Amanda Nunes, do Grupo Mateus, “a vontade excessiva por doces pode ser um sinal de desregulação do corpo ou das emoções. Controlar sono, equilibrar refeições com fibras, proteínas e gorduras boas, manter hidratação e cuidar do estresse são estratégias fundamentais para reduzir esse impulso”.
O problema é que esse hábito não é isolado. Segundo o Ministério da Saúde, os brasileiros consomem 50% a mais de açúcar do que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Em média, cerca de 18 colheres de chá por dia (cerca de 80 g), quando o limite máximo aconselhado é de 12 colheres. Desse total, 64% correspondem aos açúcares adicionados aos alimentos e bebidas, enquanto o restante vem de produtos processados e ultraprocessados. Esse excesso já reflete no aumento de doenças crônicas: nos últimos dez anos, os casos de diabetes cresceram 54% entre os homens e 28,5% entre as mulheres, e a obesidade já atinge mais de 25% da população adulta do país.
A operadora de caixa Carla Souza, 34 anos, moradora do bairro da Cohama, em São Luís, conhece na prática o reflexo desses números. Acima do peso e apaixonada por doces, ela descreve o vício como “uma espécie de droga difícil de largar”. “Eu chegava em casa e precisava de um doce para me acalmar. Era como se meu corpo pedisse isso de forma incontrolável”, conta. Hoje, Carla está em tratamento nutricional e também faz acompanhamento psicológico para conseguir reduzir o consumo de açúcar. “Ainda sinto vontade, mas já percebo que, quando durmo bem e me alimento direito, o desejo diminui”, relata.
Para lidar com esse desafio, Amanda Nunes explica que é possível recorrer a substitutos mais saudáveis. “A ideia é enganar o cérebro com opções naturalmente doces ou menos calóricas, mas que tragam saciedade e nutrientes. Algumas alternativas são: frutas frescas, como banana, mamão, manga… chocolate amargo 70% ou mais cacau, oleaginosas com toque doce como castanha, amêndoas, nozes. Mas, atenção: mesmo os substitutos precisam ser consumidos com moderação pois, calorias ainda existem. O ideal é reeducar o paladar para depender cada vez menos do sabor doce intenso”.
Entre as estratégias práticas para reduzir o consumo exagerado de açúcar, a nutricionista orienta não pular refeições, já que jejuns longos aumentam as chances de buscar doces. Incluir proteínas e fibras em cada refeição ajuda a evitar picos de glicemia, enquanto a hidratação constante é essencial, pois muitas vezes a vontade de doce pode ser apenas sede disfarçada. Além disso, vale estabelecer limites conscientes: comer doce não precisa ser proibido, mas é importante programar momentos específicos para isso, em vez de beliscar a qualquer hora.
Amanda reforça que comer doces de forma moderada pode, sim, ser compatível com uma alimentação equilibrada. “O segredo está em como, quando e quanto consumir. O que conta é o padrão alimentar diário. Se a base é nutritiva, com frutas, legumes, proteínas e cereais integrais, um doce ocasional não compromete”.
O exemplo de Carla mostra que, com orientação profissional e mudanças de hábitos, é possível quebrar o ciclo do excesso de açúcar e cuidar da saúde sem abrir mão do prazer de um doce eventual. Equilibrar o cardápio e cuidar da rotina são passos essenciais para manter o paladar satisfeito e a saúde em dia.
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