A eleição da Mesa Diretora da Câmara de Timon toma ares de disputa eleitoral mas intensa entre os grupos de oposição e situação. A entrada do prefeito na disputa – antes nos bastidores -, e agora publicamente, está levando uma eleição corporativa para um contexto ainda maior.
“Nosso município não pode ser prejudicado pela questão da eleição da câmara, estamos pendente de aprovar o orçamento”, diz o prefeito Luciano Leitoa, de Timon, que até agora não teve o orçamento financeiro da forma que quer gastar sequer apreciado pela Câmara por conta da disputa interna.
Luciano, não mete a cara de frente, mas nos bastidores e pelas redes sociais culpa a oposição: “Não tem sentido os vereadores de oposição quererem votar o orçamento apenas se aumentarem o valor para quase 12 milhões”, diz o prefeito afirmando que a briga é por mais dinheiro, haja vista que a partir de 2019, e pelo andar da carruagem, a oposição é quem controlará os recursos do poder legislativo.
O prefeito também fala nos prejuízos que a população está tendo com um fato de perder a maioria da Câmara: “Temos muitos problemas na cidade , como o caso da grande grota que passa pelo Pedro Patrício, São Marcos e chegando na escola militar, que estamos tentando conseguir os recursos e com fé em Deus conseguiremos fazer aquela importante obra . Vejo vereadores não votando matérias importantes como o REFIS, que prejudicou muitas pessoas que tem débitos com o município, na possibilidade de dividirem suas dívidas e assim prejudicam o município na arrecadação do parcelamento desses débitos”, diz.
A postagem do prefeito foi feito ontem, momentos depois dos vereadores denunciarem em Distrito Policial suposta corrupção e compra de votos para mesa diretora da Câmara por uma mulher que “peitou”, com proposta de dinheiro, os vereadores Cláudia Regina e Henrique Jr esta semana. Mas nos bastidores já existem relatos da presença do prefeito e de alguns auxiliares em conversas com os vereadores de oposição ou que compõem o G-11 sobre a eleição da mesa. Uma dessas conversas teria sido intermediada na casa de um contador muito conhecido na cidade.
Em resposta às propostas indecorosas feitas em relação à eleição da Mesa, os vereadores, que compõem o G-11 têm dito “não” e cada vez mais unidos têm afirmam que ganharão o pleito seja quando ele for realizado, já que por quatro oportunidades a eleição foi desmarcado com manobras políticas e por falta de voto do governo para se manter no comando do poder legislativo. A última data marcada e não realizada a eleição foi no último dia 20.
Quanto à fala do prefeito Luciano Leitoa nas redes sociais, o vereador Anderson Pêgo (PSDB), líder da oposição rebate às acusações e insinuações feitas à ala pelo prefeito. Chamando-o de “condenado” – o prefeito teve processo julgado pela justiça por improbidade administrativa e foi sentenciado a perda de mandato e direitos políticos por seis anos-, Pêgo diz, também pelas redes sociais: “O prefeito quer um Orçamento Inconstitucional de forma mentirosa e escandalosa onde traz no texto que um ELETRICISTA ganhe mais que um MÉDICO. O prefeito quer um Orçamento Inconstitucional que não traz o Plano de Cargos e Salários dos funcionários municipais. O prefeito quer um Orçamento Inconstitucional para que continue a farra dos Ônibus Escolares que são mais de 60 na zona rural e que estão atrasados. O prefeito quer um Orçamento Inconstitucional para continuar ATRASANDO OS SALÁRIOS e gastando com coisas que não é para gastar. Mais de 98% dos projetos apresentados pelo executivo foram aprovados no ano de 2018, mostrando que os vereadores tem compromisso. Prefeito você vai ter um ORÇAMENTO CONSTITUCIONAL aprovado por uma Câmara Municipal séria que não mais se agacha as suas vontades e nós vereadores não iremos deixar você transformar nossa cidade em um CIRCO ”, diz Anderson Pego.
A população, por sua vez, tem assistido a tudo isso atônita. Alguns sem entender o que está acontecendo, mas as pessoas mas participativas opinam sobre o processo. Basta observar as redes sociais para ver opiniões mais distintas. É logico, que o governo com uma grande parcela de pessoas contratadas e comissionadas em órgãos públicos, participam de forma mais efetiva aproveitando os espaços para criticar os vereadores de oposição em troca de subsistir no cargo e na vida com os salários que recebem.
Por outro lado, há por parte de quem acompanha o dia a dia do processo eleitoral, sabedoria de que o prefeito e seu grupo, que venceu até aqui dois todos os pleitos que disputou, desde a ascensão ao cofres municipais, em 2012, que no caso da Câmara continua em desvantagem e a iminente derrota naquele poder tem tirado o sono do prefeito, pois sabe que isso pode significar uma grande derrocada tanto para a parte política quanto para gestão administrativa e financeira e com efeitos em 2020.
Daí o desespero…