Em suas críticas ao prefeito Luciano Leitoa, de Timon, o empresário Ramon Alves, da Timon City, faz questão de frisar que ele é omisso, que nunca trabalhou um dia na vida de carteira assinada e não sabe, por isso, como é sofrimento de quem trabalha, tira soar do corpo para ter alguns trocados no bolso.
O prefeito, ainda jovem, ganhou de presente do pai, prefeito à época de Timon, Chico Leitoa, um mandato de deputado federal. Aos 22 anos, entrando para a maior idade, o prefeito foi eleito o deputado federal mais jovem do país.
Luciano Leitoa nunca procurou saber o custo deste esforço do pai para elegê-lo. Seis folhas de pagamentos em atraso e sem quitação até o final do último mandato de Chico Leitoa na Prefeitura de Timon e uma enormidade de processos na justiça que vem lhe causando dissabores até. No último processo, um juiz federal pede a prisão do ex-prefeito por irregularidades na aplicação de recursos para a construção do Centro Tecnológico de Timon, obra que deveria ter sido executada na gestão de Leitoa Pai, em 2004.
Desde a primeira gestão do prefeito Luciano Leitoa que ele segue a trilha o caminho do pai. De atraso de pagamentos, de obras irregulares e contestadas pelo Ministério Público e sentenciadas pela Justiça. O prefeito foi condenado recentemente à perda do mandato e a inelegibilidade por oitos anos.
O prefeito vive, no entanto, em seu segundo mandato, conquistado junto ao povo de Timon, o seu pior momento. Salários de garis, merendeiras, vigias e motoristas atrasados por quatro meses, fornecedores e proprietários de caminhões que fazem a coleta de lixo e outros serviços sem pagamento desde o ano passado, além de vários outros problemas de ordem administrativa e política, sem espaço no momento para citar.
E o momento crítico do governo e do prefeito Luciano Leitoa não poderia ser pior. Ele perdeu o controle da Câmara de Timon que detinha desde 2013. A Casa legislativa funcionava como apêndice ou puxadinho do gabinete e cumpria rigorosamente todos os pedidos, mimos e caprichos do prefeito, às vezes, em sessões, que sequer eram lidos os projetos, mas aprovados pela maioria absoluta da casa.
A partir de 2017, primeiro ano da atual legislatura, o quadro mudou totalmente. A chegada à Câmara de novos e experientes vereadores de oposição, que saiu de uma bancada de quatro, na legislatura passada, para sete na atual legislatura mudou radicalmente a posição protagonista do governo na Casa.
Essa bancada fez a diferença. Em 2018, num acordo fechado pela oposição com cinco vereadores dissidentes da base do governo, a oposição se transformou em G-12 numa proposta objetiva de ganhar a eleição da Câmara de Timon e defenestrar da Mesa os vereadores governistas com rótulo na testa e evidenciar a liberdade do poder legislativo em discutir, emendar, aprovar e melhorar as propostas do executivo.
A oposição conseguiu estabelecer seu intuito e ganhou a mesa, e antes disso, impôs seu ritmo de discussão com o prefeito, que quer aprovar o orçamento, uma peça meramente técnica, do jeito dele, sem emendas, sem sugestões e sem melhoramentos. Isso a oposição, agora de 11 vereadores, não concorda.
O que o empresário Ramon Alves quer dizer também com sua língua ferina sobre o prefeito que nunca trabalhou e nunca teve carteira assinada, além do que ele deixa claro, é que o prefeito é um menino mimado pelo pai, que lhe presenteou com um mandato de deputado federal colocando em risco a vida de milhares de servidores que ficaram seis meses sem receber, mas que como menino mimado, o prefeito que já foi deputado estadual também, diretor do Deint e nunca soube o que é pegar no pesado, pensa agora, como prefeito eleito e reeleito que os vereadores, ou a oposição, ainda estão dispostos a bancar seus mimos, seus caprichos e suas fantasias de adolescente, mesmo homem formado, crescido e dono de seu nariz.
Prefeito, vamos trabalhar…