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Fevereiro Laranja – Leucemia é o câncer mais comum na infância

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Por Juliana Castelo
Especialista alerta para a importância do diagnóstico precoce

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), no Brasil, são registrados 12 mil novos casos de neoplasias infantis ao ano. Dentre os tipos mais comuns, estão as leucemias, que afetam a medula óssea e as células sanguíneas. De acordo com o Setor de Oncologia de Imperatriz, no Maranhão, cerca de dez casos foram registrados no município em 2023. Conforme a hematologista da Hapvida NotreDame Intermédica, Hatsumi Iwamoto, a doença se divide em quatro tipos principais: a mieloide aguda, a linfoblástica aguda, a mieloide crônica e a linfocítica crônica.

“Os tipos agudos são os que apresentam evolução rápida, com quadro clínico exuberante. As crônicas costumam ter início insidioso e, em alguns casos, são assintomáticas. Já a leucemia linfoblástica aguda é a mais comum em crianças, mas todas as leucemias podem acontecer em qualquer idade”, explica a médica.

De acordo com a especialista, as causas da leucemia ainda não estão bem estabelecidas, mas alguns fatores podem estar relacionados. Dentre os exemplos mencionados, estão a exposição à radiação ionizante, a agrotóxicos e ao benzeno, além da predisposição genética associada a fatores ambientais.

“Quando uma criança tem leucemia, os irmãos apresentam risco um pouco aumentado para desenvolver a doença. Essa chance se torna ainda maior quando se trata de gêmeos idênticos”, ressalta Hatsumi.

*Sinais e sintomas*

Dentre os sintomas, estão febre, aumento dos gânglios linfáticos e dores ósseas. “Os pacientes também apresentam indícios relacionados à baixa da produção de células sanguíneas, que resultam em anemia, baixa imunidade e plaquetas baixas. Essas alterações, por sua vez, causam cansaço, fraqueza, palidez, manchas roxas na pele e sangramentos pela gengiva e pelo nariz”, elenca, acrescentando que as manifestações são comuns às crianças e aos adultos.

O diagnóstico é feito por meio de exames, como mielograma, imunofenotipagem, cariótipo e outros testes genéticos e moleculares. “Em alguns casos, pode não ser necessária a realização do mielograma, principalmente nos pacientes que apresentam taxas elevadas de células leucêmicas circulantes”, destaca a especialista.

O tratamento consiste em quimioterapia e, em casos selecionados, pode ser indicado o transplante de medula óssea.

*Superação*

O técnico em enfermagem Yuri Costa conta que passou toda a sua infância em tratamento contra a leucemia. “Fui diagnosticado com dois anos de idade. Tive uma infecção nos olhos e, à época, minha mãe me levou ao hospital em busca de assistência médica”, introduz.

Após diversas internações e prognósticos difíceis, veio o diagnóstico: tratava-se de leucemia. “A partir de então, deu-se início ao tratamento. Foram realizadas transfusões de sangue e sessões de quimioterapia associadas ao uso de diversos medicamentos. Em decorrência disso, tive enfraquecimento de dentes, perda de cabelo e de massa, além de um atraso literal no meu ensino, que acabou retardando meus estudos. Mas, no fim de tudo, graças a Deus, alcancei a cura. Ainda fiquei alguns anos sendo observado pela equipe médica”, relata Yuri.

Para a médica, o diagnóstico precoce é fundamental para a remissão da doença. “Se o diagnóstico for feito precocemente e o tratamento for iniciado rapidamente, as chances de cura em crianças variam em torno de 90%, o que é uma boa notícia. O câncer infantil, de forma geral, possui características próprias e se difere do câncer nos adultos. As células que sofrem mutação respondem melhor à quimioterapia, levando a maiores chances de cura que nos adultos”, finaliza.

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