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Solteirice em alta: entre o peso da solidão e a leveza da liberdade

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Reportagem/Jherry Dell’Marh
Estar solteiro é liberdade ou solidão?  Para Camila Duarte, 33 anos, fisioterapeuta, é sinônimo de autodescoberta. Para Rogério Almeida, 37, contador, ainda é um peso difícil de carregar. Já para Lucas Menezes, 21, universitário, solteirice não é problema: felicidade, para ele, é responsabilidade pessoal.
Essas experiências revelam diferentes formas de encarar um mesmo estado civil que cresce no Brasil. De acordo com o IBGE, já são 81 milhões de pessoas sem companheiros registrados, contra 63 milhões de casados. E a tendência é mundial: segundo a Euromonitor Internacional, o número de solteiros deve aumentar mais de 20% até 2040.
Para o psicólogo da Hapvida, Jediael Abreu, esse movimento social exige um novo olhar sobre a relação entre solteirice e saúde mental. “Estar solteiro não precisa ser sinônimo de sofrimento. Pode ser uma oportunidade de fortalecimento da autoestima, da autonomia e do cultivo de conexões sociais mais saudáveis”, explica.
O desafio da solidão
A solidão, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), já é tratada como questão de saúde pública e pode ser tão prejudicial quanto o tabagismo e a obesidade. Rogério Almeida sente esse impacto na pele. “Eu sempre tive dificuldade em lidar com a solidão. Depois de alguns relacionamentos, percebi que dependia emocionalmente da presença de alguém. Hoje, ainda estou aprendendo a viver sem essa necessidade, mas confesso que é um desafio diário.”
No outro extremo, a fisioterapeuta Camila fez da solteirice uma escolha consciente. “Ser solteira, para mim, não é ausência, mas uma decisão de vida. Aprendi a gostar da minha própria companhia e a não depender de ninguém para me sentir completa. Quando você entende que estar só não significa estar vazia, tudo muda”, garante.
Segundo  Jediael Abreu, esse é um exemplo de como ressignificar o tempo sozinho pode transformar a experiência. “Quando o indivíduo se reconhece como completo e capaz, ele reduz a dependência emocional e busca seus objetivos pessoais com mais autonomia”, destaca.
A nova geração e a autossuficiência
Entre os mais jovens, a ideia de depender de alguém para se sentir feliz parece cada vez mais distante. Lucas, estudante de engenharia, resume: “Não penso em ter alguém como suporte para a minha felicidade. Essa responsabilidade é minha. Relacionamentos podem somar, mas não devem ser a base da vida de ninguém.”
DICAS PARA LIDAR COM A SOLTEIRICE
Conforme Abreu, o segredo está no equilíbrio entre momentos de solitude e a construção de vínculos saudáveis. Para isso, ele indica algumas práticas: valorizar a autoestima e a autoconfiança, sem depender da validação externa; transformar a solidão em aliada, aproveitando o tempo a sós para criatividade, descanso e autocuidado; investir em conexões positivas, afastando-se de relações tóxicas; e, finalmente, buscar propósito, alinhando escolhas diárias aos próprios valores.
“Estar solteiro pode, sim, ser um período de plenitude. Quando transformamos a solidão em aliada e cultivamos a autoestima, descobrimos que viver bem consigo mesmo é o primeiro passo para qualquer outra relação”, conclui o psicólogo.
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