O ministro do Esporte, George Hilton, participou de duas reuniões do grupo interministerial criado para apresentar nova proposta de repactuação das dívidas dos clubes de futebol brasileiros.
De manhã, recebeu dirigentes de clubes da Série A e, à tarde, integrantes do Bom Senso F.C. Com ambos, a palavra de ordem de George Hilton foi ouvir propostas e construir uma solução consensual para o tema.
Na semana passada, a presidenta Dilma Rousseff vetou o Artigo 141 da Medida Provisória 656, que permitia o refinanciamento das dívidas dos clubes sem qualquer contrapartida que os obrigasse a cumprir medidas de responsabilidade financeira e de gestão.
Agora, a ideia do governo é encaminhar ao Congresso Nacional uma nova proposta na primeira quinzena de fevereiro, incluindo, além da repactuação, contrapartidas dos clubes de fair-play financeiro e trabalhista.
“Os clubes trouxeram propostas que entendemos importantes. Há interesse na verdade de todos. A proposta do Bom Senso também vai na linha de um fair-play, de critérios de governança, de bom uso dos recursos públicos e de valorização dos atletas quanto aos salários, que precisam estar em dia”, afirmou o ministro.
De acordo com o ex-jogador da Seleção Brasileira e integrante do Bom Senso F.C. Alex, o compromisso e o diálogo assumidos por Dilma no ano passado, quando se encontraram pela primeira vez, têm sido mantidos. Além da contrapartida trabalhista, Alex defende penas desportivas para os clubes que não pagarem as dívidas, de modo que os torcedores entendam a responsabilidade dos gestores.
O movimento, que pede reformas no futebol brasileiro, não é a favor do rebaixamento automático dos clubes em dívida. Eles exigem, no entanto, a responsabilização individual dos dirigentes. Segundo Alex, esta pode ser uma das “pequenas divergências”, que serão costuradas pelo grupo. O ministro informou que receberá amanhã (30) representantes da Confederação Brasileira de Futebol e de federações estaduais.
“Não vamos impor, mas criar critérios. São princípios que serão criados. Naturalmente, cada clube terá o direito ou não de participar. O que queremos é uma política clara, que fortaleça o futebol, mas que tenha, sobretudo, fundamentos de boa governança”, ressaltou George Hilton.
“O importante é que se pague. O governo não abrirá mão, não anistiará ninguém, o que já é um fato importante. Para mim, pouco importa em quanto tempo a dívida será paga e qual a contrapartida da punição desportiva, que realmente é o que vale no futebol”, acrescentou Alex.
Edição: Veja Timon
Via: Agência Brasil