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Volta às aulas: o exame oftalmológico dos pequenos está em dia?

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Por Juliana Castelo

“Eu não entendia direito as aulas porque não conseguia enxergar bem o que a tia escrevia no quadro, ficava franzindo os olhos pra ver”, conta a pequena Catarina Silveira, 8. Para muitas crianças, assistir às aulas com esse desconforto visual é um desafio diário que o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) já registrou: cerca de 30% dos estudantes possui problemas de visão e 80% nunca fizeram exames oftalmológicos.

Afetando o desempenho escolar, um dos problemas mais comuns nos olhinhos é a miopia e, ainda de acordo com o CBO, 10% das crianças na faixa dos sete aos dez anos precisam usar óculos, como a Catarina. “A escola mandou recado na agenda solicitando que os pais levassem os filhos ao oftalmologista e compartilhassem o resultado dos exames. Levei sem imaginar que ela apresentaria qualquer dificuldade, até porque nunca havia se queixado até então. Para minha surpresa, no exame, Catarina errou várias letras e saiu do consultório com a indicação de óculos com quase 2 graus de correção para miopia”, recorda a mãe de Catarina, a jornalista Juliana Silveira.

Somando a dificuldade para acompanhar desde atividades simples, como reconhecer palavras ou frases curtas, até as mais complexas, como interpretar textos ou realizar anotações no caderno, o resultado na vida estudantil pode ser pior que nota vermelha: o desinteresse pelo aprendizado, prejudicando até o bem estar emocional das crianças.

“Os impactos podem ser significativos e, muitas vezes, subestimados principalmente pelos familiares e educadores, comprometendo o envolvimento efetivo da criança nas atividades”, afirma a coordenadora do curso de Pedagogia do Centro Universitário Estácio, Grace Kelly Silva Sobral Souza. Mas, como os problemas de visão podem atrapalhar a vida estudantil na prática?

_SINAIS_

De acordo com a pedagoga, vários sinais demonstrados pela criança podem indicar que há algo errado com a visão, como franzir a testa para conseguir enxergar a lousa, queixar-se de dores de cabeça ou apresentar olhos lacrimejando com frequência. “Dificuldade para identificar pessoas e objetos; dispersão na aula e dificuldade de concentração, além de incômodo com a luz ou com secreções oculares são indícios comuns”, alerta Grace.

Grace Kelly explica, ainda, que o relacionamento social e emocional dos estudantes também pode ser afetado. “Crianças com problemas de visão muitas vezes se sentem isoladas, incapazes de participar totalmente das atividades cotidianas com seus colegas. Isso pode resultar em uma diminuição da autoestima e da confiança”, explica.

A especialista frisa a importância de conscientizar a família para ida da criança ao oftalmopediatra, garantindo diagnóstico precoce e tratamento adequado. “Por isso, é importante que as famílias cuidem da visão dos filhos e da saúde como um todo”,alerta a profissional.

Para Catarina, além da melhora no desempenho escolar, os óculos foram promovidos de instrumento de melhoria da visão a acessório de moda. “Com os óculos, mudou muito. Eu enxergo tudo direitinho. Hoje, não deixo de usar! Amei chegar na escola de óculos e mostrar para os meus amigos a novidade”, relembra.

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