O governador Flávio Dino (PCdoB) deve ter tranquilidade na condução dos seus trabalhos no âmbito político e no parlamento estadual. Isso por que, não vai haver a formação de um bloco oposicionista na Assembleia Legislativa e aqueles que se dispuseram a fazer o contraponto ao governo comunista, vão ficar reduzidos a quatro deputados estaduais que fazem parte de blocos parlamentares independentes ou no único partido que se manteve isolado na nova composição das bancadas, caso do PMDB.
Entre os parlamentares que se declararam de oposição estão: Andréa Murad (PMDB), Adriano Sarney (PV), Edilázio Júnior (PV) e Sousa Neto (PTN).Vale lembrar que esse é um fato inusitado, pois os últimos governos Roseana Sarney (2009-2014), Jackson Lago (2007-2009) e Zé Reinaldo (2002-2006), foram montados blocos que endureceram o discurso contra o executivo estadual. Inclusive na última legislatura, o grupo oposicionista teve importante participação e atuação.
Sobre essa situação, a novata Andréa Murad comentou: “O PMDB tem que ser oposição. O partido tem que se posicionar agora, ter uma posição firme. Nós tivemos um candidato a governador e agora chegou o momento de assumir nossa postura. Acho que o deputado Roberto Costa já se posicionou como deputado de oposição. O PMDB não tem outro caminho que não seja esse”. O deputado Roberto Costa, líder do PMDB na Assembleia Legislativa, declarou que o partido formou um bloco independente e que a bancada peemedebista, formada por quatro parlamentares, atuará como fiscalizadora do governo de maneira responsável. “A maioria dos nossos deputados decidiu por uma posição de independência, sem radicalidades”, disse.
Os demais componentes do PMDB, Max Barros e Nina Melo, também vão adotar uma postura de independência, o que deve deixar as vozes de Andréa Murad e Roberto Costa, isoladas. Já no PV, dois dos quatro deputados eleitos, Adriano Sarney e Edilázio Júnior, também se posicionaram como oposição apesar do partido ter se juntado ao Bloco Parlamentar Democrático, que, de acordo com o líder Alexandre Almeida (PTN) assumiu uma posição de centro por ter tanto membros declarados como oposição quanto o próprio líder do governo da Assembleia Legislativa, Rogério Cafeteira (PSC). “Na própria formação do bloco, ficou muito claro entre os parlamentares ali presentes que teriam parlamentares de oposição ao governo, como eu e o Edilázio, entre outros que ainda não tinham se posicionado. Não sei se os outros deputados irão ficar independentes ou até quando. Vou fazer oposição ao governo, uma oposição inteligente”, afirmou o deputado Adriano Sarney. Edilázio Júnior, primeiro secretário da Mesa Diretora, disse que irá se posicionar como oposição porque os deputados do PV foram eleitos na base de apoio da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) e que o partido tem uma relação estreita com o grupo político da peemedebista. O deputado Sousa Neto, único a votar em Andréa Murad para a presidência da Assembleia Legislativa, também se declarou como de oposição e criticou o colega de partido Alexandre Almeida por incluir o PTN no Bloco Parlamentar Democrático. “Não estou fazendo parte de bloco nenhum. No meu partido, existem dois deputados que foram eleitos na base do governo que hoje seria oposição. Ele sem me consultar devidamente levou o nome do partido, participando de um bloco que se diz independente e é governista”, afirmou.
O parlamentar acionou a direção nacional do PTN no último sábado, antes da eleição da presidência, para comunicar a decisão tomada por Alexandre Almeida na composição dos blocos e aguarda posicionamento do partido. “Oposição eu vou fazer porque tenho motivos. O modelo de gestão que o governador prega não funcionou na minha cidade, Santa Inês, e foi um fracasso. Não é que eu esteja torcendo contra, mas é por não acreditar no modelo de gestão que foi feito lá em Santa Inês e que hoje a capital sofre”, explicou Sousa Neto. Para Edilázio Júnior (PV), a explicação da oposição ser minoria no parlamento é a aprovação do governador Flávio Dino, eleito com 63% dos votos em outubro do ano passado. “O governador está tão grande que boa parte dos parlamentares não querem ficar longe da sombra dele. Inclusive a grande maioria que foi eleita pela bancada oposicionista até então ao governador Flávio já foram para o outro lado. Com o passar do tempo, isso deve se adequar dentro da casa.
A oposição deve aumentar ou diminuir de acordo com o trabalho do governador”, afirmou. Sobre essa mudança de posicionamento, o deputado Sousa Neto disse que os parlamentares estão “desconfortáveis”. “Estou confortável porque mantenho minha posição de oposição. Até porque alguns foram oposição por muito tempo e agora se aliaram ao governo.
O próprio Rogério Cafeteira que antes era oposição agora é líder do governo”, criticou. Adriano Sarney não acredita que a composição dos blocos parlamentares irá atrapalhar o trabalho da oposição dentro da Assembleia. “Como é clássico na política maranhense, a grande maioria é sempre do governo, não é uma questão do governo atual ou do passado.
Quem é de oposição está bem definido hoje, outros provavelmente virão, mas talvez não agora, porque tem muita gente esperando saber o movimento do que vai acontecer e deve esperar. Até 2016, nas próximas eleições, muita gente vai se posicionar em relação a isso, se vai ser governo ou se vai ser oposição”, finalizou o deputado. É necessário frisar que teoricamente o governador Flávio Dino teria uma oposição grande, composta por 29 membros, uma vez que os nove partidos (PCdoB/PSB/PDT/SD/PP/PPS/PTC/PROS/PSDB), só elegeram treze parlamentares. Mas na prática, a posição ideológica desapareceu e praticamente 100% do parlamento caminha com o executivo.
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