Quem não conhece uma peça – um pilão ou uma mão de pilão -, produzida em Timon? Basta um olhar para saber onde essa peça foi estilizada. Esteja onde estiver. Mas quem geralmente pega e sente a beleza da peça esculpida em madeira não sabe a forma e trabalheira que ela leva para ser colocada em prática, num feito de uma paçoca de carne de sol, com cebola e tempero à gosto. As pessoas não sabem as condições em que essas peças são feitas, muitas delas a troco de suor e sangue dos verdadeiros artesões timonenses, que em condições mínimas e inadequadas vivem há século de geração em geração levando essa beleza para a decoração e obras da culinária nacional e internacional.
Uma estátua incolor, desbotada e agredida pelo sol a pino e chuva estilizado pelo ex-prefeito Luciano Leitoa retrata muito bem a situação em que vive esses profissionais artesões.
Desde que sobrevive no local, na entrada de Timon, essa atividade tem sido alvo do abandona dos gestores. Há mais ou menos uma década foi construído o centro artesanal de Timon, dai pra cá, imperou o abandono dessa atividade.
Os artesões (pilanzeiros) sofrem há anos com o descaso da Prefeitura de Timon. Alvos de diversas promessas durante as gestões passadas, assim também como na atual, porém nada foi feito, relata um dos moradores preocupados com essa atividade, retrata um morador do bairro Guarita.
Muitos foram os pedidos e apelos em prol dessa classe de trabalhadores, que fazem parte da cultura do município, os artesãos estão totalmente abandonados, trabalham em locais inadequados, barracos improvisados cheios de gambiarras, totalmente fora do padrão necessário para desempenho de suas atividades de trabalho.
“Podemos citar um ocorrido recente onde três oficinas foram incendiadas, prejudicando diretamente os artesãos que dali tiram o sustento de suas famílias. Após o ocorrido foram feitos pedidos de ajuda para a atual prefeita da cidade Dinair Veloso, porém, esses pedidos não obtiveram nenhuma resposta”, diz Uanderson Muntary, lider comunitário.
“O descaso da Prefeitura com os artesãos também prejudica diretamente os moradores do bairro, onde sofrem diariamente com barulho de motores e máquinas, as sujeiras, poeiras e madeiras em meio as ruas são problemas diárias para os moradores”, sinaliza Uanderson.
“A falta de atitude da prefeitura em tomar providências a respeito da problemática fere diretamente os direitos Constitucionais e Cíveis dos moradores do Bairro assim como artesãos. Pedimos atenção necessária da Prefeitura e órgãos responsáveis quanto e essa situação”, lamenta o morador.